"No Brasil existe uma crise política e não econômica", insistiu neste sábado o recém empossado ministro do Trabalho, Luiz Marinho, antes e durante a festa da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) se recusou a falar sobre a possível influência das denúncias contra o governo e o PT nas questões econômicas, como geração de emprego e a sensível alta do dólar detectada. "Quem insiste nesse contágio está forçando a barra", disse Marinho.

Na entrada da festa, o ministro do Trabalho chegou a declarar que, "por recomendação do presidente Lula", não estaria acompanhando as reportagens políticas. "Vamos deixar para o Congresso Nacional e para o partido responder essas questões. Não vamos nos contaminar pela turbulência política", esquivou-se. "Nosso trabalho é continuar fazendo com que a economia ande bem", concluiu.

A qualquer questão sobre a crise, Marinho respondia com números da geração de emprego, "uma média de mais de 100 mil criados por mês nesse governo". Até a sensível alta do dólar foi considerada pelo ministro como positiva para a exportação e não vinculada ao clima político.

Sobre política, Marinho se restringiu a aceitar, durante o discurso no restaurante São Judas, em São Bernardo, a cobrança feita pelo presidente reeleito do sindicato, José Luiz Feijóo, sobre empenho na Reforma Sindical. O ministro disse que aceita esse compromisso e acrescentou que, em seguida, será a vez de batalhar pela aprovação da Reforma Trabalhista. "A população não pode aceitar que o Congresso Nacional só faça CPI. Tem que investigar, mas que também se empenhe na votação e aprovação dessas e outras reformas importantes para o país", discursou.