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História de bichos que são gente como a gente
05/12/2009 | 07:03
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Divulgação


Roald Dahl morreu há quase 20 anos - em 1990 -, mas o culto a seus livros não apenas não diminuiu como até aumentou com o tempo. A Fantástica Fábrica de Chocolate ganhou nova versão (de Tim Burton), James e o Pêssego Gigante também foi adaptado e surge agora O Fantástico Sr. Raposo. O livro sai em nova edição simultaneamente com o filme de Wes Anderson.

É a primeira animação do diretor de Os Excêntricos Tenenbaums e Vida Aquática de Steve Zissou. Dahl escreve para adultos e crianças, mas até quando seus livros parecem voltados para o público infantil o tom costuma ser sombrio e o humor, cáustico.

O filme é uma animação para adultos? Com certeza. Na abertura do filme, Raposo e a namorada, Felicity, roubam galinhas. Ela tem algo importante a lhe dizer - e efetivamente diz que está grávida - quando caem numa armadilha. Só bem mais tarde o espectador vai descobrir como escaparam, mas, na cena seguinte, quando a narrativa é retomada, Raposo e Felicity estão casados, têm um filho e ele é jornalista.

Quando se muda para uma casa nova, em frente a três fazendas produtoras de aves, Raposo retoma a atividade criminosa, com a ajuda do amigo texugo. Os fazendeiros sequestram seu filho e a engenhosidade do filme consiste em mostrar como Raposo consegue recompor sua família.

Anderson esclarece que seu encantamento por Raposo vem do que ele diz e também das coisas pelas quais o herói acha que vale lutar. Raposo fala com a voz de George Clooney (e Meryl Streep faz Felicity). A trilha mistura Cole Potter e Rolling Stones com os Beach Boys.

Consciente de que sua história e humor são politicamente incorretos, Anderson quis salvaguardar as crianças. A ausência de cópias dubladas deve-se a um cuidado do diretor, respeitado pela empresa distribuidora. Mas a censura é livre e vale lembrar que o livro foi decisivo para Anderson.

Por que não para outras crianças? O Fantástico Sr. Raposo utiliza técnica stop motion. É um dos mistérios do cinema. Dá para se encantar com a família Raposo como se fosse gente como a gente.




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