O líder do PMDB na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima, disse nesta quarta-feira que espera participar da discussao da proposta do governo para cobrir o rombo de R$ 2,4 bilhoes no próximo ano, nas contas da previdência. Ele criticou a afirmaçao do ministro da Fazenda, Pedro Malan, de que o governo vai anunciar esta semana como serao gerados os recursos "independentemente de consensos e unanimidade". Para Geddel, essa postura mostra que o ministro está numa posiçao de quem é "o caminho, a verdade e a vida".

Segundo o deputado, "se vier (ao Congresso) a medida, sem conversa prévia, nós nao temos compromisso com ela". O deputado esclareceu que isso nao indica que ficará contra a proposta, mas que a olhará com os olhos de quem quer contribuir e melhorar o que vier do Executivo.

Ele disse que foi convidado à reuniao do Palácio do Planalto, na última segunda-feira, para participar das discussoes. "Se fosse para ser comunicado nao haveria necessidade de eu estar lá", afirmou.

Geddel reuniu-se nesta quarta com o senador Jáder Barbalho e o assessor especial da Presidência da República, Moreira Franco, mas recusou-se a comentar os assuntos tratados. O líder disse também que está otimista na aprovaçao, pelo plenário da Câmara, do projeto que cria as novas regras para o clálculo das aposentadorias do INSS.

O presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), defendeu a análise da idéia de tributaçao da remessa de lucros para o exterior como forma de aumentar a arrecadaçao federal e com isso compensar o rombo deixado pela decisao do Supremo Tribunal Federal de sustar a cobrança da contribuiçao previdenciária dos inativos do serviço público e o aumento dessa contribuiçao dos ativos. Para Temer, é preciso encontrar fontes alternativas de financiamento da Previdência, sem sacrificar a área social. "A área social nao deve ser sacrificada", sustentou.