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Limpeza do Pinheiros terá impacto positivo nas águas da Billings

Projeto anunciado pelo governador do Estado de São Paulo ontem prevê a despoluição do rio da Capital até 2022 ao custo de R$ 70,5 mi

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
13/07/2019 | 07:00
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Guilherme Lara/Fotos Públicas


A retomada de ações para a limpeza da calha do Rio Pinheiros, na Capital, o chamado desassoreamento, foi anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ontem. A promessa é a despoluição completa do canal até 2022. Se concretizada, a medida trará melhorias significativas à qualidade da água da Represa Billings, utilizada para abastecer 1,6 milhão de habitantes em Santo André, São Bernardo e Diadema.

Conforme especialistas ouvidos pelo Diário, apesar de a Billings receber esgoto doméstico de cerca de 250 mil moradias irregulares instaladas às suas margens, grande parte dos poluentes da represa é resultado do processo de bombeamento das águas do Rio Pinheiros. Aprovado em 1997 pelo Consema (Conselho Estadual do Meio Ambiente) sob protestos de ambientalistas, a ação é oficialmente adotada quando ocorrem enchentes na cidade de São Paulo e há risco de cheia no canal. 

“A despoluição do Pinheiros trará melhora para a Billings, mas é preciso levar em consideração que é necessário fazer trabalho com todos os córregos que desaguam nele”, observa a especialista em recursos hídricos e professora da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Marcondes.

Para o professor de Engenharia Ambiental e Sanitária da Metodista e consultor do Ministério do Meio Ambiente Carlos Henrique Andrade de Oliveira, embora a limpeza do Pinheiros traga reflexos positivos para a Billings, é preciso levar em conta que a represa conta com poluentes depositanos no seu fundo e, por isso, também demanda tratamento. 

O PROJETO

De acordo com o governador, a expectativa é remover 1,2 milhão de metros cúbicos de sedimentos nos próximos 12 meses do Rio Pinheiros – o material será encaminhado para secagem em Carapicuíba – ao custo de R$ 70,5 milhões. A prática já é realizada pelo governo há cinco anos e, no período, foram removidos 500 mil metros cúbicos de material.

Segundo o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, outras ações serão anunciadas neste ano, como a contratação de obras de interligação de redes de esgoto da Zona Sul da Capital com as redes de tratamento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). “Estamos lançando licitação este mês para fazer a conexão destas economias, residências e comércios, no sentido de levar para um receptor que já está construído no Rio Pinheiros”, disse o presidente da Sabesp, Benedito Braga, sem falar no valor da licitação. O trabalho deve abranger 17 bacias de córregos.

Com a meta, segundo Braga, seria possível afastar o mau cheiro do rio e permitir a volta de peixes que precisam de menos oxigênio. Doria afirmou que rios como o Tâmisa, em Londres, e Sena, em Paris, não são usados para banho ou para consumo de água, mas são tidos como limpos.

“Além de retirar os esgotos, o projeto de despoluição tem de considerar o que chamamos de carga difusa, ou seja, o lixo e outras impurezas, como graxa, poeira e óleo dos veículos que chegam ao rio pela chuva”, considera Oliveira. 

(Com Agências)




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