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Rio Grande tem o menor número de datas comemorativas
Flávia Braz e Juliana de Sordi Gattone
Do Diário do Grande ABC
03/06/2007 | 07:10
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No calendário municipal de Rio Grande da Serra apenas duas datas foram acrescentadas do início da atual legislatura, em 2005, até o fim do mês de maio deste ano. O município que faz malabarismo para sobreviver com o menor Orçamento do Grande ABC ocupa também o topo de outra lista. Esta, por sua vez, bem menos desalentadora: é a cidade da região que menos dedicou-se à criação de projetos referentes a datas comemorativas.

Levantamento realizado pelo Diário comprova que as duas propostas destinadas a homenagear determinados segmentos da sociedade correspondem a somente 1,24% das 161 matérias aprovadas pela Casa. Se por um lado é escassa a criação de dias festivos, o mesmo não pode ser dito no que tange aos argumentos utilizados pelo presidente da Câmara para refutar tal prática.

"Acho que não traz benefício nenhum. No fundo, o vereador faz na intenção de ganhar ponto com a sociedade”, critica Roberto de Paula Breyer, o Betinho (PSDB).

O chefe do Legislativo, que até o momento não aprovou nenhuma matéria destinada à criação de datas comemorativas, é taxativo ao afirmar que “todos os projetos desse tipo visam ganho eleitoral”. “Acho que isso é uma espécie de média que o parlamentar faz com a população. Esse tipo de atitude nunca vai partir de mim.”

Ainda segundo Betinho, no próximo ano, quando os holofotes estarão voltados para as eleições municipais, pode ser que os parlamentares façam mais uso da estratégia para conquistar carisma em alguns segmentos da sociedade. “Pode ser que alguns vereadores façam isso, mas eu particularmente não”, garante.

A opinião não é compartilhada pelo também tucano Waldemar Asnar Perillo, criador do Dia de Nossa Senhora das Graças. Para ele, datas como esta nada mais são do que o resultado de sugestões ou pedidos da população. “Esse dia não tem nada a ver com política. Foi uma solicitação da comunidade católica do bairro”, afirma o parlamentar, que diz partilhar da mesma religião.

Perillo rechaça ainda qualquer intenção de conquista de votos com a criação de matérias como essa. “Me dedico à comunidade diariamente atendendo no bairro. Estou no quarto mandato e não me apego a uma lei que vá render voto. Nem penso nisso.”

Sobre a opinião do presidente da Casa, Perillo restringe-se a dizer que “não concorda”. “Se ele (Betinho) pensa desse jeito, poderia ter criado datas para ganhar votos. É a opinião dele, não posso fazer nada.”

O vereador acrescenta que não há sessões solenes na Câmara para comemorar a data. As festividades, conta, ocorrem apenas entre a comunidade da igreja e que, portanto, não há nenhum tipo de despesa para o poder público.




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