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Ladrão se irrita e mata estrangeiro em Diadema
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
16/08/2005 | 07:52
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O chileno Luis Alberto Arrepol Garin, 47 anos, foi assassinado com um tiro na cabeça na madrugada de segunda-feira no Jardim Portinari, em Diadema, porque não entendeu direito o português falado por ladrões que assaltavam a empresa em que trabalhava. De acordo com companheiros de trabalho que presenciaram o crime, Garin não era muito familiarizado com o idioma. Ninguém foi preso.

Às 3h de segunda-feira, oito assaltantes, encapuzados, pularam o muro e invadiram a empresa Supertainer, especializada em embalagens técnicas, localizada na rua Espírito Santo. Armados com revólveres calibre 38, a quadrilha tinha como objetivo levar uma carga de polietileno.

Segundo a polícia, havia na hora do assalto cerca de dez funcionários. Todos foram rendidos. O primeiro deles foi o ajudante R.N.M., 30 anos, que estava no setor de maquinaria da empresa.

Em seguida, os assaltantes se dirigiram até o refeitório, onde estava Garin, que trabalhava como encarregado de setor. Os ladrões ordenaram para o chileno que mandasse um motorista de empilhadeira carregar a carga de polietileno até um dos caminhões da empresa, que iriam utilizar para a fuga.

Segundo testemunhas, os bandidos falaram diversas vezes o que queriam para o encarregado, mas ele não entendia direito. Além de não conseguir compreender com facilidade o português, o capuz que os assaltantes usavam dificultava ainda mais a comunicação.

Um dos ladrões se irritou com a situação, pegou um revólver calibre 38, encostou na cabeça do chileno e atirou. O funcionário morreu na hora.

Após o disparo, o assalto foi interrompido e os ladrões partiram em fuga, correndo rapidamente e pulando o muro da empresa. No entanto, deixaram rastros que serão investigados pela polícia.

Os bandidos esqueceram na empresa um revólver 38 com numeração raspada, um rádio-comunicador que estava sintonizado nas freqüências das polícias Civil e Militar e uma lata de refrigerante que um dos ladrões bebeu durante a ação.

Peritos do IC (Instituto de Criminalística) irão analisar se existem impressões digitais nos objetos esquecidos, bem como em lâminas industriais localizadas na empresa que foram tocadas por alguns deles. A investigação do caso está a cargo do 2º DP de Diadema.

A reportagem entrou em contato com a direção da Supertainer para comentar o que ocorreu, mas a direção não quis se pronunciar sobre o caso nem fornecer mais informações sobre o empregado que foi assassinado.

A reportagem também contatou, por telefone, familiares de Garin. No entanto, nenhum membro da família da vítima quis falar sobre o assunto. O chileno morava no Piqueri, zona Oeste de São Paulo. Seu enterro será nesta terça-feira no cemitério Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes.




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