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Anselmo supera drama familiar para defender o Santo André

Experiente atacante de 38 anos chegou a dar uma pausa na carreira para cuidar da mulher

Anderson Fattori
Diário do Grande ABC
04/03/2019 | 07:00
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A alta competitividade do futebol muitas vezes nos faz esquecer que o jogador é um ser humano como qualquer outro, sujeito às intempéries da vida e a montanha-russa de sentimentos. Quem vê o atacante Anselmo defendendo o Santo André na Série A-2 não imagina o esforço que ele fez para seguir em frente com a carreira e com a vida. Aos 38 anos, o jogador revelado no Palmeiras e que com a do Ramalhão acumula coleção de 23 camisas, quase abandonou a carreira no fim de 2017 para cuidar da mulher, Lana, acometida pela depressão. Deu um tempo dos gramados e, segundo ele, voltou ainda mais forte.

Foi em meados de 2017 que Anselmo percebeu que a companheira não estava nada bem. No início, como habitualmente acontece, não entendeu do que se tratava até que o casal procurou ajuda. “Minha mulher teve depressão e tive de ficar de fora de muitos jogos (estava no Paysandu). Sempre ouvi falar das histórias, mas nunca havia vivenciado a situação. Vivi momentos muito difíceis, tristes, era leigo. Começou com alguns sintomas que eu não identificava porque não conhecia, deu uma melhorada, depois acabou se agravando. No começo de 2018 (já pelo Volta Redonda-RJ) até o meio do ano, eu precisei me afastar. Mas, agora, ela está recuperada, está sendo acompanhada por médicos, psicólogo, psiquiatra e isso me dá força para continuar lutando e fazer aquilo que eu amo de verdade, que é jogar futebol”, comentou o atacante.

O tempo parado não tirou do atacante a vontade de jogar. Aposentadoria nem passou pela cabeça, garante Anselmo. “Me sinto muito bem, não sinto a idade que eu tenho. Graças a Deus, sempre presei por cuidar do meu corpo. Mentalmente estou muito mais fortalecido. A cabeça está voltada exclusivamente aos gramados”, garantiu.

Uma demonstração da força psicológica do atacante foi o início da temporada no Santo André. Contratado para ser o definidor das jogadas, ele foi titular em todas as partidas, correu, se esforçou, mas teve poucas chances. Demorou oito jogos para balançar a rede, mas não desistiu. Fez o gol de empate (1 a 1) no clássico contra o São Bernardo, no Bruno Daniel.

Anselmo diz que o namoro entre ele e o clube é antigo. “Não é a primeira vez que recebi convite do Santo André. Em 2015 também fui procurado, mas já tinha acertado com o Fortaleza”, explicou, ressaltando o que lhe convenceu a aceitar a proposta desta vez. “Paulistão é atrativo pela organização que tem, tanto na elite como nas séries A-2 e A-3. Organização muito grande. Outros centros deveriam seguir esses moldes, porque facilita bastante para todos os envolvidos. Também pela proximidade de casa, sou carioca, moro no Rio de Janeiro e isso facilita bastante. Essa junção deixa a cabeça tranquila de que tomei a decisão certa”, finalizou. 




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