Política Titulo Mudanças
Ferro é destituído do comando do PTB de S.Bernardo

Executiva municipal será dirigida pelo adjunto de Assuntos Jurídicos do governo Morando; presidente estadual alega ‘falta de vontade’ em 2016

Por Humberto Domiciano
Raphael Rocha
17/01/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Ex-vereador de São Bernardo, Admir Ferro (PTB) foi destituído do comando municipal da sigla. Em seu lugar entra o secretário adjunto de Assuntos Jurídicos do governo do prefeito Orlando Morando (PSDB), José Roberto Gil Fonseca. O movimento aproxima de vez o PTB da administração tucana. A sigla, em 2016, caminhou ao lado da candidatura do deputado federal Alex Manente (PPS), derrotado por Morando no segundo turno do pleito.

Segundo o presidente paulista do PTB, deputado Campos Machado, a troca tem relação direta com a eleição de 2016. “Eu não gostei do que vi naquela eleição. Não vi amor, não vi vontade dos candidatos. Nada contra o Admir Ferro, que é uma boa pessoa. Mas não sentia que o partido queria crescer em São Bernardo. E não podia olhar isso e nada fazer. Acima de mim e de relações pessoais vem o partido.”

A mudança ocorreu sem que Ferro fosse previamente comunicado. “Não fui informado sobre esse movimento. Se fizeram, foi sem me consultar. Minha relação com o partido tem sido normal, sem qualquer problema”, argumentou Ferro. O convite a Fonseca aconteceu no começo da semana, com o advogado ainda em férias. “Se eu for dar explicações sobre todas as ações que preciso tomar em todo o Estado...”, justificou Campos.

Ferro e Morando entraram em rota de colisão após a eleição de 2008, quando Luiz Marinho (PT) foi eleito prefeito de São Bernardo. Tanto que Ferro, ainda no PSDB, lançou sua candidatura a deputado estadual, a despeito de Morando concorrer à reeleição para o cargo na Assembleia – Ferro obteve 22.275 votos, ficando na suplência, e Morando retornou ao Parlamento paulista.

Em 2012, Ferro se aproximou de vez de Alex, rival de Morando na cidade. Tanto que foi candidato a vice na chapa do popular-socialista na eleição ao Paço. Como presidente do PSDB municipal, conduziu coligação proporcional com o PPS naquele pleito, o que gerou insatisfação de aliados de Morando. O resultado foi o êxito de seis nomes do PPS e apenas dois do PSDB para a composição da Câmara naquele ano.

Quatro anos depois – e também após passar período à frente da Prodesp (Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo) sob indicação de Alex –, Ferro voltou a ser vice do popular-socialista, mas já estava no PTB, pois Morando conseguiu emplacar aliado direto (Fernando Leça) no comando do tucanato. O PTB elegeu apenas um vereador, Aurélio Bacelar de Paula, hoje governista.

O novo presidente do PTB são-bernardense pregou união. “Vamos conversar (com Ferro). A ideia é unir o partido, trabalhar em prol do partido na cidade. Mas ainda não cheguei a conversar com ele. Quando me chamaram para dirigir o partido estava viajando e, assim que voltar, quero sentar e conversar com ele. Conheço o Admir há muito tempo, respeito demais seu trabalho”, ponderou. 




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