Paulinho convocou uma entrevista coletiva para explicar o seu não comparecimento na segunda-feira no Ministério Público, onde deveria depor sobre o caso de possíveis irregularidades na compra de uma fazenda pela Força Sindical, na época em que ele presidia a entidade. Ele voltou a negar a denúncia, e se dispôs a abrir seu sigilo bancário.
"Isso aqui é uma sacanagem que estão fazendo contra a Força Sindical e contra a minha candidatura. Sou apenas uma das 40 testemunhas do processo. Nenhuma outra das testemunhas está sofrendo o mesmo tipo de perseguição que eu", disse.
Sobre a compra da fazenda Ceres, em Piraju (SP), Paulinho disse que o papel da Força Sindical foi organizar as famílias, treiná-las e coordenar o processo produtivo. Ele declarou que a propriedade foi comprada pela Associação de Agricultores da Força da Terra de Pirajú.
O sindicalista também apresentou um relatório do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que concluiria que não houve superfaturamento na compra da fazenda, já que o valor pago, R$ 2,3 milhões, estaria dentro do preço de mercado da região.
Ao deixar a entrevista coletiva, Paulinho recebeu a intimação para depor na próxima sexta-feira, às 10h, no Ministério Público. Depois de faltar nas duas primeiras convocações, o sindicalista disse que pretende comparecer ao órgão para prestar depoimento.
Na madrugada desta quarta, em entrevista ao Jornal da Globo, ele voltou a negar as acusações e afirmou que "tudo não passa de manipulação política contra a candidatura de Ciro". Ele ainda acusou a Controladoria Geral da União de "irresponsabilidade" pelo fato de ter suspendido o repasse de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) à Força Sindical.
De acordo com Paulinho, até mesmo a Fundação Roberto Marinho consta em uma lista da Controladoria de supostas irregularidades, mas apenas seu caso foi tornado público em razão de sua participação no processo eleitoral.
Com relação à suspensão do repasse de verbas à Força, a medida foi tomada porque há dúvidas sobre a utilização de US$ 38 milhões provenientes do FAT. A ministra-chefe do órgão, Anadyr de Mendonça Rodrigues, alegou ainda que 98,33% das fichas de trabalhadores inscritos no programa possuíam algum tipo de divergência com os dados registrados no Ministério do Trabalho.
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