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Suíça espera melhorar imagem após adesão à ONU
Das Agências
04/03/2002 | 11:08
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A Suíça pôs fim ao isolamento voluntário, ao decidir este domingo, através de uma votação histórica, ingressar na ONU, 57 anos depois da criação da organização, esperando assim melhorar sua imagem de país rico e fechado.

O total de 54,6% de votos favoráveis à adesão à ONU tiraram da Suíça o que por muito tempo foi o orgulho nacional, integrando-a ao concerto de nações. A neutralidade suíça, reconhecida oficialmente em 1815, através do Tratado de Viena, que redesenhou a Europa depois da derrota de Napoleão, será "fundamentalmente questionada", segundo os críticos à adesão à ONU, ou "mantida e preservada", segundo o governo.

O fim da Guerra Fria e, em menor medida, as revelações de historiadores sobre o papel pouco claro da Suíça neutra durante a Segunda Guerra, fizeram perder peso a influência política do país no cenário internacional e contribuíram para manchar sua imagem, destacam os comentaristas.

As grandes empresas suíças, como Nestlé, UBS e Novartis, que se abriram ao mundo, contribuíram para fazer mudar a opinião suíça, segundo analistas. No seu ponto de vista, havia uma contradição cada vez maior entre a sua própria abertura ao mundo e a recusa da maioria da população em participar dos grandes debates internacionais.

Até agora, os esforços do governo em favor da ONU, iniciados oficialmente em 1977, haviam se chocado com o rechaço categórico da população. Esse rechaço foi mostrado em 1986 com um voto negativo de 75%. Quinze anos depois, a maioria dos suíços tem uma opinião diferente, consciente de que o isolamento prejudicava o país.

"Agora, a Suíça tem no exterior uma imagem mais moderna, mais aberta", destaca Victor-Yves Ghebali, professor do Instituto de Altos Estudos Internacionais de Genebra. No entanto, "continua existindo na Suíça uma mentalidade de fortaleza que não quer estrangeiros e prefere ficar sozinha".

O governo, os partidos políticos e os principais responsáveis econômicos advertiram que o voto em favor da ONU não deve ser interpretado como um passo na direção da União Européia. Em março do ano passado, 76,7% dos suíços rejeitaram qualquer aproximação acelerada da UE, preferindo negociações setoriais com Bruxelas.




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