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MP quer ver se Bragança declarou US$ 1,6 mi que seriam de Lopes
Por Do Diário do Grande ABC
24/04/1999 | 13:22
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O Ministério Público Federal deve estudar esta semana a possibilidade de pedir à Receita Federal uma análise das declaraçoes de Imposto de Renda do empresário Sérgio Bragança, um dos sócios da Macrométrica - consultoria da qual também era sócio o ex-presidente do Banco Central, Francisco Lopes. Os documentos podem revelar que Bragança declarou à Receita o envio de dinheiro para uma conta no exterior, na qual teria depositado US$ 1,6 milhao para Lopes.

A quantia nao aparece na declaraçao do ex-presidente do BC apreendida em seu apartamento, mas, se o dinheiro estava na conta de seu ex-sócio, deveria ter sido declarada pelo empresário.

"Aparentemente, essa me parece ser a conclusao lógica" afirmou o procurador da República Bruno Caiado, um dos encarregados das investigaçoes. "Mas o melhor é esperarmos o processamento de toda a documentaçao e o estudo da Receita nas declaraçoes de Lopes."

O Ministéro Público encaminhou à Justiça, na semana passada, o pedido para examinar as declaraçoes de Imposto de Renda do ex-presidente do BC. Sexta-feira (23), os senadores da Comissao Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bancos confirmaram que, na declaraçao do ano passado, apreendida na casa de Lopes, nao consta o depósito no exterior.

O procurador nao descarta a hipótese de o Ministério Público pedir o mesmo estudo para as declaraçoes de Bragança. "Esse tema possivelmente entrará em pauta, mas tudo vai depender da decisao do grupo de procuradores", afirmou.

Caiado descartou, no entanto, a possibilidade de uma operaçao de busca e apreensao de documentos na casa de Bragança, a exemplo do que ocorreu com Lopes. "A essa altura do campeonato, nao há mais nada lá que interesse", disse.

Remessas - Em Brasília, o relator da CPI dos Bancos, senador Joao Alberto Souza (PMDB-MA), confirmou a existência "fortes indícios" de irregularidades nas remessas feitas pelo Banco Marka para paraísos fiscais no exterior.

Segundo integrantes da CPI, que examinam os registros no livro-caixa do banco, "laranjas" e "fantasmas" estariam recebendo dinheiro enviado pelo Marka.

Seriam oito operaçoes de remessas de cerca de US$ 1 milhao cada para Bahamas e Cayman, entre outros paraísos fiscais entre 1998 e o início desse ano.




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