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Decisão judicial mantém UPA Santa Luzia aberta

Prefeitura de Ribeirão Pires terá de explicar, em até 30 dias, motivos do fechamento da unidade de Saúde para reforma

Victor Hugo Storti
Especial para o Diário
12/10/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A Prefeitura de Ribeirão Pires manteve a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Luzia aberta, atendendo decisão judicial, que acatou pedido do MP (Ministério Público) da cidade. A administração do prefeito Saulo Benevides (PMDB) pretendia fechar a unidade de Saúde por 60 dias para reforma e transferir, para o Hospital São Lucas, o atendimento de urgência e emergência a partir de ontem.

Em sua decisão, o juiz Walter de Oliveira Junior, da 1ª Vara da Comarca de Ribeirão Pires, determina que o município mantenha a unidade de Saúde aberta “até que seja comprovada a necessidade de interdição para reformas, bem como das condições do Hospital São Lucas para realizar os atendimentos dela, sob pena de multa diária no valor de R$ 50 mil.”

A ação civil pública impetrada pelo Ministério Público destaca que, em visita à UPA Santa Luzia, a promotoria de Justiça constatou que “funcionários e médicos informaram estarem surpresos e preocupados com tal informação (fechamento da UPA), na medida em que o Hospital São Lucas não teria condições de receber os pacientes ali internados e de realizar todos os atendimentos de urgência e emergência, à vista da falta de estrutura física e ausência de equipamentos, além da ausência de área para pacientes em situação de isolamento”.

A decisão determina ainda que a Prefeitura ofereça resposta aos esclarecimentos solicitados no prazo de 30 dias úteis.

Em visita à UPA na tarde de ontem, a equipe do Diário constatou que o local estava funcionando normalmente, com três médicos de plantão.

O fotógrafo José Orlando dos Reis, 50 anos, disse que ficou em dúvida na hora de levar a filha para atendimento ortopédico, já que não sabia se seria atendido na UPA ou no Hospital São Lucas. “Tive de ligar para saber se aqui iria ter médico ortopedista”, afirmou.

Ainda de acordo com o fotógrafo, esta foi a primeira vez que não enfrentou filas na unidade de Saúde. “Acredito que seja porque muita gente acha que aqui estava fechado, por isso está vazio”, concluiu.

Já o comerciante Hamilton Sanches, 56, que sentia dores no peito, elogiou o atendimento na UPA. “A ambulância foi me buscar em casa e fui prontamente atendido quando cheguei”, disse. Apesar disso, Sanches teve que aguardar mais de cinco horas para receber o resultado de exame de sangue. “Não posso ir embora sem isso, porque meu caso pode ser grave”, lamentou.

Em nota, a Prefeitura de Ribeirão Pires afirmou que o município “seguirá a mesma postura que tem adotado desde o início desta gestão, que é de completa colaboração com a Justiça em todos os casos e que equipe técnica já está em contato com a promotoria para espairecer todos os questionamentos e assim dar andamento à proposta de reforma”.




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