No bairro Jardim Zaíra, em Mauá, associação do Macuco, com 450 integrantes, entra com manifestação
Inconformados com a demora das obras de urbanização, moradores do Jardim Zaíra em Mauá, pleiteiam a liberação de recursos do governo federal para a concretização. O projeto, datado de 2013, ainda não foi concluído. Moradores entraram com representação no Ministério Público Federal.
A autoria do documento é de integrantes da Adehab (Associação para o Desenvolvimento Habitacional do Brasil), que mantém 450 associados na região. Fundado em 2005, o movimento sempre se preocupou com o crescimento do bairro. “ Fizemos audiência pública e seminários para explicar a importância de uma grande obra aqui. Meu interesse é segurança para todos os meus amigos que moram no local”, afirmou o coordenador Jovenildo Lopes Soares, 61 anos, que também é morador do bairro, há cinco décadas.
A manifestação pede que os recursos sejam liberados, já que o projeto está aprovado e licitado. O documento também cita as vítimas de deslizamentos e o mapeamento das áreas de risco. Uma das preocupações é que o valor de toda a obra, que atualmente tem previsão de R$ 79,1 milhões, fique defasado. O documento está cadastrado na Procuradoria da República de São Bernardo e pode se converter em processo.
“Tudo isso é baseado em extenso trabalho que realizamos. Não fazer estas obras é um risco para os moradores. A crise econômica não justifica fazer algo assim (a falta de liberação de verba)”, afirmou Soares.
Conforme levantamento da associação, a estimativa é a de que cerca de 8.000 famílias vivam na área. “Nosso interesse é que a urbanização favoreça o morador e os donos de comércio da região”, contou João Carlos Favaro, 51, comerciante e integrante da associação.
O pedreiro Almak Motta Cerqueira, 68, é natural da Bahia e chegou à cidade há cerca de 40 anos. “Quando cheguei aqui não tinham nem asfalto e muito menos luz elétrica. Já melhorou muito, mas ainda faltam coisas básicas para as famílias. A obra de urbanização ia fazer toda a diferença.”
A Prefeitura de Mauá informou que não recebeu nenhuma notificação por parte do Ministério Público sobre o assunto. A administração afirmou que o prefeito em exercício, <CW-24>Helcio Silva, e o secretário de Obras, Luiz Carlos Theóphilo, estiveram em Brasília no dia 15 de setembro levando esse pleito até o Ministério das Cidades, “que já aprovou o projeto, mas até agora os recursos não foram liberados”, ressaltou, em nota. “ Nesse encontro ficou acordado que o ministério iria analisar esse e os demais projetos de Mauá já aprovados e se posicionaria, mas não deu prazo para isso”, completou. A administração encerrou o cadastramento dos moradores.
Questionado sobre o assunto, o Ministério das Cidades informou que a documentação referente à primeira etapa dessa operação, no valor aproximado de R$ 38 milhões, foi recebida e analisada pela área técnica desta Secretaria Nacional de Habitação em novembro de 2015 e deverá ser encaminhada à apreciação do secretário executivo. A Pasta afirmou que está revendo as disponibilidades orçamentárias e financeiras “com o fito de assegurar os recursos necessários ao andamento das obras ou etapas de obras já iniciadas”, disse, em nota.
A urbanização vai passar por três etapas e inclui novas 2.100 unidades habitacionais, sendo que 1.300 deverão ser construídas fora do bairro.
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