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GM prepara segundo PDV na região
Eric Fujita
Do Diário do Grande ABC
14/06/2005 | 08:28
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A General Motors prepara o segundo PDV (Programa de Demissões Voluntárias) do ano na fábrica de São Caetano, com implantação prevista para esta semana. Desta vez, será estendido a todos os funcionários da empresa e não somente a aposentados que continuam na linha de produção. Em maio, o primeiro plano conseguiu a adesão de somente 57 funcionários no Grande ABC.

Em São José dos Campos, o programa está em vigor desde segunda-feira, sem meta estabelecida de adesão, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos local (ligado à Conlutas). Quem aderir, terá de fazê-lo entre 4 e 8 de julho.

Em São Caetano, após a surpresa inicial com a notícia, o Sindicato dos Metalúrgicos (filiado à Força Sindical) informou que a adoção de um novo PDV é praticamente certa.

Entretanto, em reunião com a direção da montadora na manhã desta terça-feira, sindicalistas pretendem oferecer alternativas às demissões. A empresa não havia confirmado a implantação do programa até o início da noite de segunda-feira.

Aos trabalhadores serão oferecidos de três a seis salários para quem optar pelo programa, além de todos os direitos rescisórios, explicou o presidente do sindicato de São José dos Campos, Luiz Carlos Prates. O valor varia de acordo com o tempo de serviço na unidade. Também serão concedidos seis meses de assistência médica após o desligamento da empresa. Para os aposentados, esse benefício é ampliado para dois anos.

A GM foi a primeira montadora a anunciar que pretendia reduzir o quadro de funcionários neste ano. Os motivos são a queda nas exportações por conta do dólar barato - o que provocou a redução da produção diária de veículos - e a perda de rentabilidade com os juros altos. Logo em seguida, também em maio, Volkswagen e Scania, ambas de São Bernardo, decidiram lançar seus PDVs, mas alegando que tratam-se apenas de ajustes em um programa de requalificação profissional (Volks) e incentivo à aposentadoria de funcionários veteranos (Scania).

Os funcionários e sindicalistas do Vale do Paraíba ficaram sabendo do novo PDV da GM no início da noite da última sexta-feira. A empresa informou a eles que a adoção do plano foi determinada pelo desempenho do mercado interno, mas não entrou em detalhes.

Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do sindicato de São Caetano, mostrou-se surpreso com a notícia vinda de São José dos Campos e informou no início da tarde de segunda-feira que não tinha informações sobre o novo PDV. Horas depois, à noite, ele admitiu que as chances de implantação de um novo plano de demissões era grande, mas não explicou se obteve informações extras sobre o assunto.

Membros da comissão de fábrica que fazem oposição a Cidão disseram que o departamento de Recursos Humanos da montadora informou na manhã de segunda-feira, extra-oficialmente, que um novo programa voluntário de incentivo à saída de funcionários seria aplicado.

Os preparativos para um novo PDV chegam depois de o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto, ter admitido ao Diário na semana passada que a estratégia poderia ser aplicada para adequar o número de funcionários à retração de 11,11% na produção de veículos. Nas duas fábricas, a produção caiu de 45 para 40 carros por hora.

Cidão e Luís Carlos Prates, do sindicato de São José dos Campos, são contra qualquer redução de vagas, pois temem o fechamento definitivo de postos de trabalho. "Férias coletivas podem ser uma opção às demissões voluntárias", afirmou Cidão.




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