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Candiota pede demissão do Banco Central
Do Diário OnLine
28/07/2004 | 10:18
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O diretor de Política Monetária do BC (Banco Central), Luiz Augusto de Oliveira Candiota, pediu demissão do cargo na manhã desta quarta-feira. Em carta entregue ao presidente do BC, Henrique Meirelles, ele disse que sua permanência na função "seria prejudicial à autoridade monetária, ao mercado financeiro e ao país" em razão das denúncias divulgadas na semana passada, segundo as quais estaria sendo investigado por sonegação fiscal, evasão de divisas e outros crimes tributários.

Na carta, Candiota diz sentir-se "violentado pessoalmente e profissionalmente" pelas denúncias publicadas pela revista IstoÉ, o que o fez perder a "motivação" para continuar na função. Ele ainda lamentou "que pessoas que ocupam cargos públicos estejam sujeitas a tal tipo de acusação, sem qualquer responsabilidade por parte daqueles que as acusam". "Sempre fui e continuarei sendo um defensor ardoroso da plena e irrestrita liberdade de imprensa, mas é importante frisar que fui vítima daquilo que chamo 'libertinagem de imprensa'", continuou Candiota.

De acordo com a reportagem da IstoÉ, Candiota não teria declarado movimentações financeiras realizadas em uma conta no antigo Banco MTB, de Nova York (EUA), conhecido por abrigar dinheiro de sul-americanos suspeitos de lavagem de dinheiro. Entre dezembro de 1999 e abril de 2002, ele teria movimentado mais de US$ 1,2 milhão no banco, sem informar à Receita, e estaria sendo investigado pelo Ministério Público Federal e pela CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Banestado.

Em nota divulgada no último domingo, Candiota negou as acusações e disse ter apenas uma conta no exterior, no banco Citibank, que "sempre foi declarada e os recursos a ela enviados atenderam às normas legais e regulamentares".

Na nota, ele ainda afirmou que não pagou menos Imposto de Renda do que o exigido pelo nível dos seus rendimentos. Ele explicou que as diferenças apontadas pela revista devem-se ao fato de parte dos rendimentos ter sido declarada pela pessoa física e parte pela pessoa jurídica, já que é sócio de sua mulher na Lacan Investimentos e Participações.

Candiota também declarou que desconhece a existência de "procedimento administrativo ou processo judicial no qual esteja sendo acusado de irregularidades de qualquer natureza". Segundo ele, sua conduta sempre foi pautada "em conformidade com todas as normas legais e regulamentares".




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