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Militância muda discurso sobre vice-presidente do PT
Flávia Braz Nicolas
Do Diário do Grande ABC
03/04/2007 | 07:05
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A discussão pela saída da vice-presidente do PT de São Caetano, Maria Izabel Fonseca, da diretoria do partido, anunciada por uma ala da executiva municipal acabou não sendo levada adiante.

Dissidentes que apontavam a manutenção de Izabel, esposa do ex-petista Hamilton Lacerda, nos quadros principais do partido como sendo uma estratégia de perpetuar a influência de Lacerda no PT, reviram o posicionamento durante seminário promovido no sábado, na sede municipal da legenda.

Alguns militantes haviam prometido sugerir a dissolução da diretoria municipal da sigla caso a vice-presidente não deixasse o cargo. Agora, no entanto, o discurso é outro: embora reconheçam que a “presença de Izabel incomoda”, integrantes da executiva afirmam que só pautarão a discussão na presença dela.

“Havia sugerido isso (a dissolução) em um encontro do partido do dia 24, mas fui voto vencido. Queria a dissolução, mas não em função da Izabel, mas por outras coisas que me reservo no direito de não falar”, desconversa o primeiro secretário Vagner Roberto Lima.

Ele afirma ter chegado no encontro de sábado horas depois do início e, portanto, não ter acompanhado a abertura do seminário. “Estava dando aula na parte da manhã. Por chegar atrasado, perdi direito de voto e de fala”, justifica. “Não adianta pleitear se a maioria votou contra.”

Na mesma toada, Francisco José de Souza Ribeiro, o Chicão, secretário de Organização do partido, também recua ao falar sobre a intenção de dissolver a executiva, anunciada por ambos na última sexta-feira. “Vamos tratar na primeira reunião que ela estiver presente. Há uma parte que não quer que ela saia e eu acharia prudente que ela se afastasse.”

O presidente da legenda, Ricardo Rios, que na última semana afirmou desconhecer o propósito de seus correligionários, reiterou o clima pacífico do último encontro. “É um desgaste que não existia. No encontro, discutimos as diretrizes para o próximo período, conjuntura municipal, estadual e federal. Demos o pontapé para o pleito de 2008.”

Uma ala do PT, no entanto, propôs a abertura de uma Comissão de Ética para apurar os motivos de alguns reivindicarem a saída de Izabel. “Acho que não é um assunto de comissão de ética porque não há nada provado contra ela”, contradiz Chicão.

O próximo encontro da legenda deve acontecer no dia 21. Ao que tudo indica, mesmo com o clima de animosidade entre alguns militantes, a saída de Izabel é assunto superado na legenda.




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