Foram retomadas as obras do Museu do Trabalho e do Trabalhador, ideia do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), para homenagear seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As intervenções foram interrompidas em novembro de 2014 e ficaram paralisadas desde então.

Nesta semana, a equipe do Diário flagrou alguns funcionários e uma retroescavadeira no local. Acampamento de trabalhadores também foi montado e serviço de limpeza era executado na tarde de quarta-feira. Os sinais do abandono ainda são visíveis, como pichações, materiais enferrujados e entulho espalhado pelo espaço.

Orçada em R$ 18 milhões, a obra vai consumir R$ 21,6 milhões. Em maio, Marinho obteve aval do governo federal para usar recursos municipais para concluir o empreendimento – 32,49% de todo aporte para o Museu do Trabalho e do Trabalhador são de dinheiro próprio.

Prevista para 2013, a inauguração está reagendada para dezembro. Marinho e primeira-dama Nilza de Oliveira (PT), que comanda a Secretaria de Planejamento e Orçamento Participativo, prometeram que vão entregar o prédio antes de deixar o mandato, no dia 31 de dezembro. Se for concluído, o prédio não poderá mais ser utilizado para outra finalidade.

Com estrutura de 5.000 metros quadrados, o Museu do Trabalho e do Trabalhador é tocado pela Construções e Incorporações CEI, empreiteira investigada pelo MPF (Ministério Público Federal) por uso de laranja no quadro societário – denúncia partiu do Diário, em 2013. Segundo último balanço do governo, 75% da obra estão concluídas.

Procurada, a CEI não se manifestou sobre prazos e retomada das obras. A Prefeitura de São Bernardo não responde ao Diário sobre o Museu do Trabalho e do Trabalhador.