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Creche que deveria estar funcionando em 2013 está abandonada

Creche deveria
estar funcionando
desde 2013

Por Vanessa Oliveira
Do Diário do Grande ABC
04/06/2016 | 07:00
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Vanessa de Oliveira


Do esqueleto de concreto localizado na Rua Bolchevik, na Vila Conceição, em Diadema, deveria ecoar som de máquinas e ferramentas, ou ainda melhor, de crianças, já que lá era para estar funcionando a creche Irmã Dulce 2, cuja obra foi iniciada em outubro de 2012 e tinha prazo de 12 meses para conclusão. Porém, com o abandono do local, apenas o silêncio impera.

A situação deve permanecer dessa forma por longo tempo, uma vez que a Prefeitura publicou, no Diário Oficial do Estado, a “rescisão amigável” do contrato com a empresa Ematec Engenharia e Sistemas de Manutenção Ltda, que executava o trabalho. O valor da obra, que conta com recursos federais, está estimado em R$ 2,1 milhões, conforme consta da placa da obra, única coisa intacta que há no lugar.

Em contrapartida, a cidade amarga fila de espera de aproximadamente 4.000 crianças com idade entre zero e 3 anos.

No interior do terreno, lixo, entulho, água parada, materiais de construção degradados e estrutura comprometida são o que se encontra. “É a creche do mosquito da dengue”, disse, indignada, a moradora Rosa Leite Santos, 56 anos. Munícipes dizem que a última vez que viram movimentação de trabalhadores foi em novembro do ano passado. Com o local abandonado e entrada livre, dona Rosa conta que, recentemente, muitas pessoas invadiram a área, levando madeiras e outros materiais para construírem barracos em outros bairros da cidade.

A dona de casa Sidnéia Aparecida da Silva Rocha, 30, viu o filho Gabriel, 4, sair da faixa etária em que poderia ser atendido em creche e o equipamento não ser entregue. “Tive de colocá-lo em outra escola, que ficava a meia hora de caminhada de casa. Quando chovia, eu nem o levava”, falou.

O jovem Elias Santos da Costa, 23, que está desempregado, é pai de um bebê de 10 meses. Com a mulher trabalhando, por ora ele consegue ficar com o filho, mas quando conseguir emprego, terá de pedir ajuda. “O pior é que não temos dinheiro para pagar pessoa que possa cuidar e de graça ninguém fica. É muito difícil encontrar vaga em creche e ter essa ao lado de casa seria ótimo. É uma pouca-vergonha essa obra estar atrasada tanto tempo assim”, lamentou. “Não dão um pingo de satisfação para a comunidade”, emendou a vizinha Sileia Chaves André, 43.

Nas proximidades de onde o equipamento deveria funcionar, muitas moradoras estão grávidas. O Diário conversou com quatro, entre elas Débora Vitoria Nascimento Santana, 15. O bebê, Miguel, está previsto para chegar na próxima semana. “Espero que todas as mães possam ter a garantia de um lugar para deixarem seus filhos e poder trabalhar tranquilas.”

Procurada para comentar a situação, a Prefeitura de Diadema não retornou até o fechamento desta edição.

 




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