Economia Titulo
Sucesso transforma trailer em lanchonete
Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
09/04/2005 | 17:07
Compartilhar notícia


Investir no conforto dos clientes para consolidar o sucesso adquirido após 20 anos de trabalho como vendedor ambulante nos arredores do Parque Prefeito Celso Daniel, em Santo André. Franque Batista agora é um microempresário e realizou um sonho com a abertura de uma lanchonete em frente ao parque, do outro lado da rua onde manteve por duas décadas o seu trailer, onde preparava os famosos lanches que alimentaram gerações de freqüentadores do antigo Parque Duque de Caxias.

O comerciante iniciou suas atividades em meados da década de 80, quando atuava com uma barraca de caldo de cana. Após oito anos de trabalho, Batista financiou um trailer e iniciou a venda de água de coco, sucos, refrigerantes e cachorro-quente. Mais 12 anos foram necessários para juntar uma quantia pequena, mas suficiente para abertura de uma lanchonete em frente ao parque. “Desde o início sempre tive registro na Prefeitura e pago meus impostos corretamente”, destaca.

Com investimento de R$ 5 mil, o microempresário preparou a documentação necessária e há um mês alugou imóvel de 20 m², que possui um balcão e cinco mesas para o público. “Não gastamos tanto porque reaproveitamos os assessórios e trabalhamos com produtos consignados, como sorvetes e lanches naturais. Isso ajuda muito, principalmente para quem não tem muito capital, como no meu caso”, afirma.

O estabelecimento, ainda sem nome, deverá ser nomeado como “Lanchonete do Parque”. De acordo com Batista, o movimento no estabelecimento ainda está fraco, mas deve aumentar com a retirada do antigo instrumento de trabalho, o trailer, da rua do parque, que ocorreu na última terça-feira. “As pessoas viam o trailer fechado e pensavam que eu tianha ido embora. São poucos os que sabem que abri a lanchonete do outro lado da rua. O fluxo médio de pessoas no Parque Prefeito Celso Daniel é de 3 mil por dia de segunda a sexta-feira e 8,4 mil nos finais de semana.

Segundo o microempresário, 70% dos clientes que consumiam no trailer e que, com a mudança, devem ir à lanchonete, são freqüentadores do parque. Os demais são pessoas que passam pela rua ou que trabalham próximo ao local. Batista não arrisca dizer quantas pessoas deve atender com o novo estabelecimento. “Sempre atendi muita gente, mas nunca tive um controle exato. A administração do trailer sempre foi bagunçada. Agora, isso deve ser mais organizado”, afirma. Batista não conta com a colaboração de funcionários, trabalha no local com a esposa e o filho.

Um dos clientes fiéis de Batista é o soldador Arnaldo Arceno Jesus, que trabalha em uma empresa localizada perto do parque e freqüenta o local quase que diariamente. “Consumi no trailer por 13 anos e fico feliz de ver a implantação da lanchonete. É mais confortável freqüentar o estabelecimento agora e certamente continuarei vindo aqui.”

Batista disputa a clientela do parque com outro trailer e uma van, que também trabalham todos os dias no local. Além disso, nos finais de semana outras duas barracas aportam nos arredores. Um dos concorrentes é Amélia Bueno Correia, que tem experiência de 14 anos de trabalho como ambulante no Parque Prefeito Celso Daniel.

“Tive um carrinho de cachorro-quente em frente ao parque por 13 anos. Há um ano, comprei um trailer. Melhorei muito a qualidade do atendimento, porque tenho mais estrutura, inclusive de higiene. Apesar disso, atendo menos clientes, porque as pessoas precisam atravessar a rua para chegar a mim”, diz a comerciante.

Lanchonete no parque – Os concorrentes Amélia e Batista têm uma expectativa em comum, a de conseguir atender seus clientes dentro do próprio parque. Há sete anos, a Prefeitura divulgou que lançaria edital para licitação de exploração de um ponto comercial no local. Trata-se de um imóvel que foi construído – conhecido como casa amarela – ao lado da Figueira (considerada patrimônio histórico da cidade), e que até hoje permanece desocupado.

De acordo com a secretária de Obras e Serviços Públicos de Santo André, Miriam Blois, o projeto não foi em frente não época porque existiam divergências quanto as características do edital. “Estamos retomando essa discussão em parceria de diversas secretarias do Governo atualmente. A pasta de Cultura, Esportes e Lazer apresentou projeto para abertura de lanchonetes em diversos parques da cidade. Acredito que no meio deste ano, isso já esteja mais estruturado e que ainda em 2005 possamos abrir espaço para que interessados participem da licitação”, afirma.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;