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Ecovias registra sete pedidos de socorro por hora no SAI

Motorista que usa a Anchieta e a Imigrantes tem
dificuldade em pedir ajuda pelos canais de SOS

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
06/01/2016 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


De janeiro a dezembro do ano passado, 57.883 motoristas precisaram ser atendidos pelos canais de socorro ofertados pela Ecovias no SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) devido a problemas com os veículos. O número corresponde a 158 chamados feitos por meio dos call box, Twitter e central de 0800 por dia, ou o correspondente a sete pedidos por hora.

O levantamento aponta que 81% das solicitações recebidas pela concessionária foram para solucionar panes mecânicas: 47.402 falhas desta natureza em 2015. Em segundo lugar estão os problemas com pneus: 7.159 pedidos. As ocorrências de pane elétrica (1.717) e de pane seca (1.605) aparecem na sequência.

Apesar de o número de ocorrências ser significativo, o Diário constatou que usuários têm dificuldade para acessar a central de apoio ao longo do SAI. Isso porque os call box espalhados pela Anchieta e pela Imigrantes apresentam manutenção e registros de vandalismo.

No ano passado, os chamados feitos por call box representaram 14% de todas as solicitações feitas para a central de apoio da Ecovias. Foram 8.470 ligações somente por meio desse canal entre janeiro e dezembro de 2015.

Na tarde de ontem, a equipe de reportagem testou aleatoriamente 20 equipamentos de SOS e constatou falhas em oito deles. O índice representa 40% dos aparelhos verificados.

Para o teste, foram percorridos 96 quilômetros entre as pistas Sul da Anchieta, Norte da Imigrantes e Oeste da Rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Cubatão.

Em sete dos call box, aviso de “equipamento em manutenção” orientava o usuário a recorrer à central telefônica por meio do 0800 para solicitar suporte. Já em outros, como o equipamento do Km 58 da pista Norte da Imigrantes, sequer a rede telefônica estava disponível. “Faz uns quatro meses que quebraram o aparelho e ninguém veio arrumar”, relata o vendedor ambulante da região Genesis Freitas dos Santos, 62 anos.

Ontem, o telefone de emergência instalado no km 46 da pista Sul da Anchieta foi a salvação para o caminhoneiro Orivaldo Salvador Alves, 46. “Sorte que o SOS estava funcionando. Deu pressão na mangueira de combustível e, se não tivesse o suporte deles, nem sei o que poderia acontecer”, considera.

Segundo a Ecovias, a maior parte dos equipamentos que estão inoperantes foi alvo de vandalismo. Entretanto, a concessionária informou que atende ao contrato de concessão, que prevê que 90% da aparelhagem estejam em pleno funcionamento.

Questionada sobre a quantidade total de call box espalhados pelo SAI, a Ecovias não se manifestou. Em janeiro de 2013, o sistema operava com 298 aparelhos de SOS.

 

Central de ajuda quebrada coloca usuários em risco, afirma especialista

 

De acordo com o chefe de departamento de Medicina de Tráfego da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, a presença de equipamentos de SOS quebrados ao longo das rodovias pode colocar em risco a vida de usuários.

Segundo o especialista, ao encontrar um call box em manutenção, o motorista é obrigado a se locomover a pé pela rodovia em busca de outro posto que esteja funcionando. “Ele (usuário) acaba realizando travessia de muito risco, tendo em vista que os carros nessas regiões trafegam em velocidade alta. Além disso, a presença desse pedestre pode ocasionar acidentes”, ressaltou Júnior.

Para ele, a Ecovias, concessionária responsável pelo SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes), deveria intensificar a manutenção das centrais de SOS. “Eles cobram R$ 23 pelo pedágio. O mínimo que deveria ser oferecido para os usuários é equipamentos em perfeita qualidade. É necessário que eles aumentem a fiscalização contra vandalismo.”




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