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Bebê também precisa ir ao dentista
Angela Martins
Do Diário do Grande ABC
24/10/2011 | 07:00
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Engana-se quem pensa que as visitas ao dentista devem começar com o aparecimento dos primeiros dentes. A recomendação dos especialistas é de que a consulta seja feita entre o sexto e o 12º mês de vida, para detecção de possíveis doenças e orientação sobre cuidados com a higiene bucal.

Entre os problemas que o odontopediatra pode detectar estão cáries, gengivite (inflamação na gengiva), lesões na mucosa, que podem ser malignas ou benignas, e oclusão (relação entre as arcadas dentárias). "O profissional pode, por exemplo, verificar se a criança terá de usar aparelho futuramente", explica o presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria, Paulo Rédua.

A respiração incorreta e o uso excessivo da chupeta também podem provocar problemas na arcada dentária do bebê. A higienização deve começar a ser feita pelos pais assim que aparecem os primeiros dentinhos, entre o sexto e o oitavo mês. Nesse caso, deve-se usar o mínimo de creme dental, uma vez ao dia. "A quantidade deve ser similar a um grão de arroz cru", ensina.

É considerado normal o nascimento dos primeiros dentes até um ano e meio. A partir dessa idade começam a surgir os molares, que devem ser limpos duas vezes por dia. O creme dental deve conter flúor, por isso a criança não pode ingerir grandes quantidades de pasta.

Projeto premiado

A equipe da odontopediatria do Hospital Nardini, em Mauá, foi premiada no 8º Encontro Nacional de Odontologia para Bebês. A premiação foi na categoria Sistematização da Atenção Odontológica ao Bebê, com o trabalho "Odontologia Integrada à Equipe Hospitalar Neonatal".

Durante a gravidez e após o parto, mãe e criança são acompanhadas pela equipe de neonatal integrada e pela odontopediatra. "Quando a criança nasce prematura e precisa de ventilação mecânica por um longo período, existe risco de problemas como deformação na arcada dentária. Além disso, diagnosticamos casos de dentes neonatais, fendas palatinas e língua presa", diz a coordenadora da UTI Neonatal, Sueli Aparecida Bispo de Souza.

O projeto, que existe desde março de 2010, atende em torno de 250 bebês por mês. Caso do pequeno Lucas, com 23 dias de vida. Para surpresa dos pais e da equipe médica, o bebê prematuro nasceu com dois dentes, caso extremamente raro. "Inicialmente disseram que era preciso arrancar os dentinhos. Mas como estão firmes, eles não serão removidos", diz a mãe, Stephanie da Silva, 20 anos.

A moradora do bairro Chácara Maria Aparecida nem sabia que era possível um bebê nascer com dentes. "Quando tiver alta, a equipe vai me orientar sobre os cuidados com a higiene bucal", comenta. Em outro caso, Allana Vitória, que nasceu no dia 14, possui fenda palatina, doença que atinge um a cada 650 nascidos no Brasil.

"Ela será encaminhada para cirurgia, mas é preciso esperar até dezembro. Enquanto isso, a equipe do hospital tem orientado sobre cuidados especiais com amamentação, que ajuda muito na recuperação da Allana", relata a mãe, Gleice Pereira dos Santos, 24.




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