Os funcionários públicos aposentados de Diadema decidiram acampar na Prefeitura até serem atendidos pelo prefeito, José Filippi Júnior (PT). No fim da noite desta terça-feira, os manifestantes ainda permaneciam trancados no prédio e prometiam passar toda a madrugada por lá. O prefeito embarcou nesta terça-feira em viagem à França.

Eles querem o recebimento dos precatórios, que deveriam ter começado a ser pagos desde o dia 1º de junho. O acordo, firmado em maio pelo secretário de Governo, Osvaldo Misso, estabelecia o depósito de R$ 170 mil mensais para o pagamento das dívidas.

Segundo o diretor de Assuntos Comunitários, Airton Germano da Silva, a Prefeitura está aguardando o retorno de R$ 7,5 milhões cujo seqüestro foi determinado pela Justiça para o pagamento de precatórios por desapropriações. "O acordo não foi descumprido, apenas adiado". Segundo ele, a resposta do regimento deverá vir até agosto e, enquanto isso, o pagamento será feito em ordem cronológica. "O primeiro da lista deverá receber até sexta-feira da semana que vem, o restante virá de acordo com o orçamento da Prefeitura", afirmou.

A promessa feita por Misso consiste no pagamento de 10% da dívida ainda neste ano, o que corresponde a R$ 1,2 milhão. Os depósitos começariam a ser feitos em junho, caso não houvesse seqüestro da receita. Diadema teve, desde o início do ano, R$ 12 milhões confiscados pelo não-pagamento de dívidas.

De acordo com o chefe da Comissão, João Carlos dos Santos, eles não definiram quando poderão cumprir o acordo selado por Misso. "Pelo que o Airton falou na reunião, nem os 10% eles pagarão". Segundo ele, são ao todo 60 servidores que têm de receber precatórios de dívidas trabalhistas. A maioria é aposentada. "Nós vamos ficar aqui até encontrar uma solução", finalizou.

A aposentada Maerina de Jesus Almeida, 66 anos, participou da manifestação para receber o dinheiro do marido, que faleceu há três meses. "Ele sempre lutou por esse dinheiro e morreu sem recebê-lo". Junto com ela estava o também aposentado Lorival Francisco Pocione, 70, que tem cerca de R$ 15 mil para receber. "Faz três anos que participo dessas manifestações e até agora eles não pagaram nada. Já chega de mentira, vamos ficar aqui até falar com o prefeito", afirmou.

Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, o secretário do Governo não pôde atender os precatorianos por estar cumprindo uma agenda de reuniões com os secretários municipais.