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Judeus celebram hoje a Páscoa
Guilherme Russo
Do Diário do Grande ABC
29/03/2010 | 07:05
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Rezando em sinagogas e reunindo as famílias nas casas dos patriarcas, judeus do mundo inteiro celebram hoje a Páscoa hebraica, ou Pessach, na língua original dos israelitas. A data lembra a liberdade a que Moisés conduziu seu povo depois da escravidão, de mais de 200 anos no Egito, segundo as autoridades religiosas.

Representante maior da comunidade judaica no Grande ABC, o rabino Yosef Tawil conta que a palavra que designa a festa significa "pulo". O motivo está registrado no Antigo Testamento: A última das dez pragas mandadas por Deus ao faraó e seu povo foi a morte dos primogênitos e, como os judeus daquela época estavam aculturados, muito parecidos aos egípcios, os anjos que impingiram as outras maldições já não conseguiam distinguir os israelitas. Por este motivo, Deus em pessoa desceu do céu para matar os filhos mais velhos dos escravizadores em cada residência, "e pulou as casas dos judeus", conforme explica o rabino.

Logo após, ainda segundo a Bíblia, os judeus tiveram de escapar rapidamente e Deus abriu o Mar Vermelho, facilitando a fuga do povo que seguia Moisés, seu profeta, para depois afogar os egípcios que os perseguiam com as mesmas águas que havia tirado do caminho dos hebreus. Segundo Tawil, isto ocorreu há cerca de 3.300 anos.

Para lembrar a amargura da escravidão, os judeus comem verduras com este tipo de sabor durante o Sêder de Pessach, jantar que ocorre hoje depois do serviço religioso do início desta noite.

A argamassa que os israelitas utilizavam para construir as pirâmides e outras obras para os egípcios é recordada com o charosset, pasta feita de maçãs, peras e nozes (ou tâmaras).

A rapidez da fuga é lembrada comendo-se o matzá, pão feito apenas com farinha de trigo e água que parece uma espécie de bolacha, pois, por conta da pressa para escapar, não houve tempo para esperar que as massas que estavam sendo feitas fermentassem antes de os judeus deixarem o Egito. Por oito dias, os israelitas não comem nenhum outro tipo de cereal para celebrar o Pessach.

Ainda no jantar de comemoração, quatro copos de vinho são sorvidos, depois de ditas as bênçãos do Kidush, para recordar os quatro sinais que Deus mandou para avisar da libertação do povo.

Tawil conta que, atualmente, são cerca de 150 as famílias judaicas espalhadas por Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema.

Frequentadora da sinagoga de Santo André, a secretária aposentada Sarah Glazer Cirlinas, 78 anos, já estava ansiosa, no fim da tarde de sexta-feira, para receber os dois filhos para a festa. "Sempre celebrei o Pessach. É muito importante reunir a família", diz.




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