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Santo André tem usina de madeira
Por Bruno Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
26/06/2006 | 07:57
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Santo André inaugurou na última quinta-feira a primeira Usina de Beneficiamento de Madeira do Grande ABC. O projeto ambicioso do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), que funcionará no aterro sanitário, na Cidade São Jorge, tem como objetivo reutilizar toda madeira proveniente do serviço de limpeza pública. Além dos benefícios para o meio ambiente, com o aumento da vida útil do aterro e preservação de florestas nativas, a iniciativa incrementa a renda das pessoas em situação de risco social selecionadas para o programa.

Esta é apenas a primeira etapa do plano do Semasa para o manejo da madeira. Por enquanto, o material que pode ser reutilizado de alguma forma, na indústria de móveis ou ateliês de artesanato, é encaminhado para esses locais pela cooperativa envolvida no projeto. O que não pode ser reutilizado é moído e encaminhado para a indústria química, onde será usado como lenha combustível para caldeiras.

Em uma segunda etapa – que ainda depende de verba do Funasa (Fundo Nacional da Saúde), do governo federal, para entrar em funcionamento – o Semasa planeja instalar uma marcenaria. Trinta e cinco pessoas – originárias de cadastros de carroceiros que trabalham em Santo André – devem trabalhar no local, 15 deles como menores-aprendizes.

O funcionamento da usina é parceria do Semasa com uma cooperativa, que já atua na reciclagem de resíduos sólidos no aterro sanitário, e a empresa proprietária da máquina de moagem. O Semasa recebe o material – que a população deposita nos postos de coleta seletiva – e encaminha para o aterro. Ao invés de aterrar, doa a madeira para a cooperativa, que faz a triagem do que pode ser reaproveitado e o que deve ser moído.

O diretor do aterro sanitário, Fábio Bonavita, explica que o programa funciona, em esquema de teste, desde outubro do ano passado. A moagem foi feita de forma experimental até março, quando foram equacionados todos os problemas que o funcionamento da usina traria à região. “A máquina faz muito barulho e muito pó”, explica o diretor. Por isso, foi preciso construir uma pequena casa de alvenaria ao redor do motor do equipamento.

“Poderíamos muito bem contratar uma empresa para cuidar da madeira, e ponto. Mas, da forma como estamos fazendo, principalmente com as cooperativas e a geração de renda para os cooperados, adotamos uma saída mais completa”, explica o diretor Bonavita. O ganho realmente é grande. No período de teste, em que trabalharam apenas seis cooperados na usina, o aterro deixou de receber mais de mil toneladas de madeira. Foram beneficiados 770 m³ de madeira, que geraram, ao longo do período, R$ 19.900 para a cooperativa.

O processo de reciclagem

1. A população deposita a madeira sem uso em um dos diversos pontos da cidade. Lá mesmo, é feita uma triagem inicial entre o que pode ser reaproveitado ou não por funcionários da cooperativa envolvida no processo.

2. Os caminhões do Semasa retiram a madeira dos postos e a levam até o Aterro Sanitário Municipal, localizado na Cidade São Jorge. É lá que funciona a usina de reciclagem de madeira. Troncos de árvore, provenientes do serviço de poda da Prefeitura, têm o mesmo destino.

3. Cooperados que trabalham no aterro recebem os caminhões com a madeira já separada nos postos. É feito uma nova triagem, desta vez mais refinada. Madeiras nobres ou restos de móveis que podem ser restaurados são encaminhados para oficinas e ateliês de diversos pontos do país (em breve, esses serviços serão feitos na própria usina).

4. Madeiras que não podem ser reaproveitadas são mandadas para a moagem. A madeira é picotada em pedaços medindo poucos centímetros, chamados cavaco. As pilhas de cavaco são acumuladas na saída da usina.

5. Caminhões de empresas privadas retiram o cavaco, que será usado como lenha em caldeiras da indústria química – preservando a madeira florestal que seria derrubada unicamente para este fim. A madeira não moída é enviada para os artesãos interessados.

Onde levar a madeira

ESTAÇÃO BOM PASTOR

av. Bom Pastor, 1126. De segunda a sábado, das 8h às 17h.

ESTAÇÃO CAMINHO DO PILAR

rua Caminho do Pilar, 1552. De segunda a sábado, das 8h às 17h.

ESTAÇÃO CENTREVILLE

praça Eurico Gaspar Dutra. De segunda a sábado, das 8h às 17h.

ESTAÇÃO IPANEMA

av. Capitão Mario Toledo de Camargo com R. Ascensão. De segunda a sábado, das 8h às 17h. Domingos e feriados, das 8h às 13h.

ESTAÇÃO MONÇÕES

av. Brasília com rua Nina Zanotto. De segunda a sábado, das 8h às 17h. Domingos e feriados, das 8h às 13h.

ESTAÇÃO PALMEIRAS

av. Prestes Maia com rua Palmeiras. De segunda a sábado, das 8h às 17h. Domingos e feriados, das 8h às 13h.

ESTAÇÃO SANTO ALBERTO

rua Evangelista de Souza, 1718. De segunda a sábado, das 8h às 17h.

ESTAÇÃO SÃO SEBASTIÃO

rua Grajaú, 90. De segunda a sábado, das 8h às 17h.




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