O governador Geraldo Alckmin (PSDB) acompanhou ontem o início da instalação de membranas na ETA (Estação de Tratamento de Água) Alto da Boa Vista, do Sistema Guarapiranga. A previsão é ampliar a produção em 1 m³/s, a fim de abastecer entre 300 mil e 400 mil pessoas. A obra faz parte de pacote de intervenções para enfrentamento da crise hídrica e reduzirá a retirada do Cantareira. O investimento da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) é de R$ 42 milhões em recursos próprios.

O uso das membranas traz série de vantagens, entre elas a velocidade do tratamento da água, que levaria pelo menos duas horas, em média, e passará a durar entre 20 e 30 minutos, com funcionamento automatizado e menor uso de produtos químicos. A mesma tecnologia opera no Sistema Rio Grande, braço produtor de água da Billings, desde o fim do ano passado.

“Hoje (ontem) entra em funcionamento, em fase de testes, três contêineres que tratam mais 0,5 m³/s. Até julho serão outros 0,5 m³/s, então vamos ter 1 m³/s a mais por membrana ultrafiltrante. Com isso, a água do Guarapiranga irá substituir parte do abastecimento atual do Cantareira.”

No fim de 2014, o Guarapiranga já teve a capacidade de produção aumentada em 1 m³/s, passando de 14 m³/s para 15 m³/s.

Durante a visita, Alckmin ressaltou o bom andamento das obras de interligação do Rio Grande ao Alto Tietê. “Neste mês entregamos a etapa do Rio Guaió, que captará 1 m³/s de água (para a Represa Taiaçupeba). Em julho finalizamos aqui no Boa Vista, que irá somar mais 1 m³/s do Guarapiranga e, por fim, em setembro concluímos 4 m³/s da interligação.”

Com a obra, São Caetano, que é hoje 100% abastecida pelo Cantareira, não dependerá mais do sistema, que ontem operava com 20,2% de sua capacidade, incluindo duas cotas do volume morto. Já o Sistema Alto Tietê tinha 21,6% e o Rio Grande, 91,7% da capacidade.

Segundo o governador, até o fim deste mês será entregue plano de contingência para as prefeituras de 39 cidades da Região Metropolitana. Conforme Alckmin, o plano prevê racionamento, mas que não deve ser aplicado porque a situação não está extrema.

METRÔ

Questionado sobre as obras da Linha 18-Bronze do Metrô (Tamanduateí-Djalma Dutra), que ligará a Capital ao Grande ABC, Alckmin ressaltou que o início das intervenções só depende do governo federal. “Estamos esperando o Ministério da Fazenda liberar o financiamento para dar início às desapropriações necessárias.”