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Crime organizado planejou arrastão no Gaudí
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
05/08/2006 | 08:00
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Pelo menos dois dos integrantes da quadrilha que organizou o arrastão ao condomínio Gaudí, em maio, são membros do PCC (Primeiro Comando da Capital). Adriano Wilson da Silva, 25 anos, teria sido o mentor intelectual do roubo. Boy, como era conhecido, era apontado como líder da facção criminosa em São Bernardo e foi morto pela polícia em uma tentativa frustrada de assassinar entre cinco e 15 agentes penitenciários da cidade, em junho. Na mesma ação, o braço-direito do criminoso, Evilson Rodrigues de Oliveira, 28, também foi morto. Investigadores do 4º DP de Santo André acreditam que ele também tenha participado do assalto ao prédio de luxo no bairro Jardim. A prisão de outro membro da quadrilha preso quinta-feira ajudou a desvendar o assalto.

A polícia chegou ao organograma da quadrilha após rastrear as ligações de um dos celulares roubados dos apartamentos do Gaudí. Trabalho de inteligência que culminou quinta-feira na prisão de um dos integrantes do bando. Denilson Mendes da Silva, 30 anos, o Negão, estava em um bar na rua Itaquera, em São Bernardo, perto do Cemitério das Colinas, onde Boy e Evilson foram sepultados. Negão não reagiu ao cerco e, segundo os policiais que participaram da operação, ele confessou sua participação no assalto ao prédio. Sua função durante a operação seria a de separar em dois grupos distintos, na garagem do edifício, os moradores que já haviam tido o apartamento roubado daqueles que ainda aguardavam a invasão.

O assalto ao Gaudí impressionou a polícia pela organização dos criminosos. Parte do bando conseguiu entrar na garagem do prédio a bordo de um veículo de luxo. Não foram parados pelo vigia que estava da guarita e, depois de renderem os outros funcionários do prédio, abriram passagem para o restante do bando. Foi aí que Negão entrou em ação. Ele estava com outros nove criminosos dentro de um Fiat Doblô. Em aproximadamente uma hora e meia, o bando entrou em 18 dos 20 apartamentos do prédio. O valor total do assalto jamais foi revelado, mas sabe-se que só da cobertura, onde morava um empresário tetraplégico, os criminosos levaram US$ 30 mil em dinheiro, além de várias jóias.

Cerca de 50 moradores foram feitos reféns durante a operação. Eles tiveram as mãos amarradas por algemas plásticas e a boca tampada por silver tape (fita prateada). Durante todo assalto, os criminosos se comunicaram com rádios-comunicadores e não se preocuparam em esconder os rostos. Na divisão dos lucros, Negão teria ficado com US$ 5 mil – quantia que o teria desagradado, segundo os policiais. Ele e os outros dois criminosos já identificados pela polícia são da favela do Jardim Farina, em São Bernardo. Os investigadores acreditam, em função do número de criminosos – 18, no total – que três quadrilhas teriam se unido para o assalto e que os demais integrantes morem em Diadema e na zona Leste da Capital.

Segundo a polícia, Negão foi preso pela primeira vez em 1998, por roubo. No ano seguinte, ele foi indiciado por dois seqüestros. Passou sete anos preso na Penitenciária de Avaré – a mesma onde cumpre pena o líder máximo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Quem são

O líder (morto)
Adriano Wilson da Silva
25 anos
Apelido: Boy
Passagem: roubo de carga
Era piloto (líder) do PCC em São Bernardo e Santo André

Os comparsas
Denilson Mendes da Silva
30 anos
Apelido: Negão
Passagens:roubo e seqüestro

Evilson Rodrigues de Oliveira (morto)
28 anos
Apelido:não tem
Passagens: roubo e tráfico de drogas




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