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Saída de Severino será discutida nesta 2ª
Da AE
05/09/2005 | 07:52
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O pedido de afastamento do presidente da Câmara, Severino Cavalcanti (PP-PE), começa a ganhar forma nesta segunda-feira, numa reunião aberta a deputados de todos os partidos. A iniciativa tem o apoio do PFL, PSDB, PPS e PV, além da ala esquerda do PT. O líder da minoria na Casa, José Carlos Aleluia (PFL-BA), disse que a idéia é redigir um texto pedindo que Severino se licencie até o esclarecimento das denúncias contra ele.

Depois disso, o grupo buscará entre os deputados o maior número possível de assinaturas de apoio ao requerimento.

Se obtiver a adesão de um número significativo de deputados, o movimento anti-Severino proporá que a solicitação de afastamento seja levada a votação no plenário. Caso a iniciativa fracasse, os partidos deverão entrar com uma representação contra Severino no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, alegando quebra do decoro.

"Não se trata de uma iniciativa da oposição, mas sim de todos aqueles que querem zelar pela imagem da instituição", afirmou Aleluia.

A suspeita contra Severino é de que ele tenha extorquido o dono de um dos restaurantes instalados na Câmara. Os indícios são de que, para que o estabelecimento não fosse despejado, o empresário Sebastião Augusto Buani teve de pagar uma espécie de "mensalinho", com desembolsos de R$ 10 mil por mês. O acordo foi firmado no tempo em que Severino ocupava a primeira-secretaria da Câmara, divisão encarregada da administração da Casa.

Aleluia afirmou que não é de agora que Severino atropela a "seriedade" exigida pelo cargo que ocupa. "Ele vinha, cada vez mais, distanciando-se da posição de porta-voz da Câmara", avaliou. O pefelista lembrou as declarações de Severino a favor de penas brandas para os deputados denunciados pelas CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) dos Correios e do "Mensalão". Segundo Aleluia, o comportamento de Severino afeta a credibilidade da Câmara e dos integrantes dela. Integrante da ala esquerda do PT, o deputado Chico Alencar (RJ) afirmou que o afastamento temporário de Severino permitiria que as investigações avançassem sem constrangimentos: "É melhor que o presidente se licencie para não ser acusado de fazer pressões contra a Corregedoria".

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse que, para a sigla, a eventual confirmação da denúncia não deixará alternativa a Severino, senão a de atender aos deputados.

A gravidade do caso, de fato, produziu efeitos para além das fronteiras da Câmara. O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, informou que analisará se cabe pedir autorização ao STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar Severino.




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