Lideranças do Grande ABC que apoiam as candidaturas de Dilma Rousseff (PT) e de Aécio Neves (PSDB) avaliaram de forma distinta os números da sondagem do DGABC Pesquisas, divulgados ontem pelo Diário, que mostram o tucano à frente da petista em cinco das sete cidades da região. Em votos válidos (sem contar os brancos e nulos), Aécio tem 56,2% e Dilma, 43,8%.

Petistas acreditam que a ascensão da atual chefe da Nação nas pesquisas nacionais deverá ser repetida no Grande ABC. Já os tucanos creem no triunfo de Aécio na região considerada berço do PT.

“O morador do Grande ABC está muito atento, sabendo que a Dilma colocou nossa região na recessão. O símbolo da industrialização do País é o Grande ABC e as pessoas perceberam que a gestão da Dilma estagnou a situação aqui. Não é problema partidário, mas de gestão”, analisou o deputado estadual Orlando Morando (PSDB).

Por outro lado, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), disse acreditar que “as urnas vão surpreender”. “O resultado não é a impressão que tenho nas ruas, principalmente no que se refere (à situação) em Santo André”, frisou. Segundo o DGABC Pesquisas, Dilma perde de Aécio em território andreense: 30% da petista, ante 51,7% do tucano.

Integrante da campanha do ex-governador mineiro na região, o ex-prefeito de São Caetano e secretário paulista de Esporte, Lazer e Juventude, José Auricchio Júnior (PTB), destacou que os números refletem o sentimento dos “eleitores que conhecem o PT”. “É o exemplo claro de que quem conhece o PT, não vota nele. Acho que está claro isso.”

Já o presidente estadual do PT, Emidio de Souza, disse acreditar em “guinada nas grandes cidades”. “Com este clima de mudança (ascensão de Dilma), a três dias da eleição, certamente este não vai ser o resultado. Vamos virar o jogo em todo o Estado. É possível ficar na frente do Aécio no Grande ABC”, avaliou o mandatário, ao emendar que confia “no trabalho dos prefeitos do Grande ABC”.

Pelo DGABC Pesquisas, Dilma vence apenas em Diadema e em Mauá. Os aecistas da região, inclusive, reconhecem a dificuldade em reverter nas duas cidades. “Temos poucas horas para fazer essa transição, mas acreditamos que é possível fazer com que o efeito da mudança que se estabeleceu no primeiro turno se intensifique agora no segundo turno”, destacou o deputado estadual Alex Manente (PPS). Prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT) analisou que o apoio de Marina a Aécio favoreceu Dilma. “Se ela ficasse neutra, ajudaria mais ele.”

Derrotado na busca por reeleição neste ano, o senador Eduardo Suplicy (PT) minimizou o recorte regional. “Importante hoje é o conjunto de todo o Brasil. Avalio que as possibilidades de a Dilma vencer são muito fortes. E ela está à frente no âmbito geral”, comentou. Segundo Datafolha e Ibope divulgados na quinta-feira, Dilma está a seis e oito pontos de vantagem, respectivamente.