Política Titulo Santo André
Craisa abre informações após instauração de CPI

Autarquia enviou ontem documentação requerida pelo G-12

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
06/04/2013 | 07:00
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Após a instauração de CPI para investigar supostas irregularidades na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), a direção da autarquia encaminhou documentação à Câmara, requerida em vistoria do G-12, grupo de vereadores que fazem frente ao governo Carlos Grana (PT). O material, solicitado pela ala em 13 de março, foi enviado ao protocolo do Legislativo no fim do expediente, precisamente às 17h45, 15 minutos antes do fechamento do setor.

Protocolados sob a pressão da CPI, os documentos emitidos pela Craisa não tiveram destinação definida e, por conta do horário tardio, os parlamentares ficaram sem tempo hábil para apreciação, uma vez que o material permaneceu na seção. Diante da situação, os relatórios informativos serão encaminhados à presidência do Legislativo na terça-feira, próximo dia útil em Santo André - segunda-feira é feriado do aniversário de 460 anos da cidade.

Autor do requerimento para a abertura da comissão, o vereador Toninho de Jesus (DEM) avaliou que o material foi encaminhado às pressas para minimizar o descaso cometido. "Devem ter trabalhado a noite inteira por ordens superiores, mas agora é tarde. Vamos tocar a CPI." A promessa da Craisa era de fornecer o mais rápido possível resposta aos questionamentos - algumas informações seriam disponibilizadas em uma semana.

A Prefeitura informou que a Craisa consolidou na quinta-feira documentos sobre as dívidas da companhia, na ordem de R$ 17 milhões, deixadas pela gestão Aidan Ravin (PTB). No relatório consta, segundo a autarquia, a relação de fornecedores, planilha de devedores e de licitações realizadas. Por fim, a direção prepara ainda auditorias contábil e financeira para medir e levantar os débitos com fornecedores, restaurante e impostos, que se arrastam desde agosto do último ano, porém, sem prazo para a entrega.

A CPI investigará denúncias de favorecimento na concessão de utilização dos boxes na autarquia. O período de apuração ficou estipulado em 21 anos, aprovado automaticamente pela presidência com 12 assinaturas. O fato irritou a bancada governista pelo prazo extenso e por, segundo a base petista, conter objeto de averiguação sem fato determinado. A comissão também vai verificar a permissão de uso do sacolão, o passivo anunciado e a cobrança de estacionamento no local.

 

PROVOCAÇÃO

Os governistas consideram que a CPI foi provocada por coação de grupo de beneficiados dos boxes, que podem ser prejudicados com a licitação que a Craisa tende a lançar nos próximos dias. Desde 2009 não é realizado certame. Apenas em 2012 foi lançado edital, por três vezes, sendo alvo de questionamentos por parte do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que anulou o edital por indício de vício. A nova gestão enviou o novo edital ao MP (Ministério Público) para obter orientação.

Sem citar nomes, o vereador petista José Montoro Filho, o Montorinho, disse que "há material suficiente para incriminar" certo grupo. "Essa CPI nada mais é do que joguinho de interesses."




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