As vendas externas têm mostrado sinais de melhora, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento
Os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior apontam que, depois do forte tombo no fim do ano passado, que refletiu os efeitos da crise financeira internacional, as vendas externas em fevereiro deste ano voltaram a subir (13%) frente a janeiro e, em março, tiveram crescimento de 23,8% na comparação com o mês anterior.
A queda brusca a partir de novembro reflete, de acordo com especialistas, uma situação de "quase pânico" observada em mercados internacionais, em que empresas compradoras suspenderam as aquisições e preferiram esgotar os estoques.
"Esse processo ficou evidente na China, onde a compra de ferro foi paralisada por alguns meses", acredita o professor de economia da Unicamp (Universidade de Campinas) e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Gomes de Almeida.
O economista explica que, passado esse período, clientes de fabricantes brasileiros no Exterior estão recompondo as compras. "A queda das exportações foi exagerada", avalia.
O coordenador do curso de Ciências Econômicas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Francisco Funcia, acrescenta que a melhora nas vendas externas e também nas importações - que também reagiram - mostra a situação mais equilibrada tanto no País quanto lá fora.
O diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Bernardo, Mauro Miaguti, avalia ainda que as companhias exportadoras têm buscado alternativas e novos nichos de mercado. Isso explicaria o fato de encomendas para destinos tradicionais se manterem com resultados em queda no trimestre frente a igual período de 2008, e ao mesmo tempo, haver ampliação no comércio com países como Jordânia e República Dominicana.
Almeida acrescenta que esse movimento de reação nas vendas é mais perceptível em segmentos como bens intermediários (como ferro e resinas plásticas) e bens de consumo (como automóveis). Itens (máquinas e equipamentos) relacionados a investimentos se mantêm em forte baixa. Isso ocorre, segundo ele, porque o empresariado se mostra cauteloso em investir.
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