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Vazamento em adutora afeta 11 bairros em Mauá
Por Thaís Moraes
do Diário do Grande ABC
09/03/2013 | 07:00
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Orlando Filho/DGABC


O rompimento de adutora embaixo do Viaduto Presidente Juscelino Kubitschek, próximo ao Jardim Oratório, em Mauá, comprometeu o abastecimento de 20% da cidade por quase 48 horas. Onze bairros sofreram com a falta de água do fim da tarde de quinta-feira até o fim da tarde de ontem: Jardim Oratório, Jardim Rosina, Vila Magini, Jardim Santa Cecília, Capuava, Vila Noêmia, Matriz, parte do Parque São Vicente, Vila Assis, Vila Carlina e Vila Vitória. Cerca de 84 mil pessoas foram afetadas.

Segundo a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), a rachadura na tubulação foi causada por obra de contenção de encosta, realizada pela empresa Vila Nova. As intervenções tiveram início em abril do ano passado, e a estimativa de término é outubro. "Vamos cobrar responsabilidade. O problema foi causado pelo trânsito de máquinas pesadas e trepidações constantes", informou o superintendente da Sama, Atila Jacomussi.

No fim da tarde de quarta-feira, a companhia foi alertada pelos trabalhadores da obra que havia vazamento. De acordo com a autarquia, equipes chegaram ao local por volta das 20h e às 21h interromperam o abastecimento de água para dar início ao reparo.

"Sabíamos que havia problema, mas não onde. Só conseguimos chegar ao local específico do vazamento ontem (quinta-feira) à tarde, depois de uma noite inteira de trabalho. Foi necessário abrir acesso de aproximadamente oito metros de profundidade", relatou o diretor de departamento de manutenção e abastecimento da Sama, Geraldo Laurentino da Silva Júnior.

A parte da adutora em que ocorreu o rompimento foi exatamente no ponto em que faz curva. "Esses locais precisam de proteção de cimento para ajudar a conter a pressão da água. Onde houve o vazamento, um espaço de 20 centímetros, não havia essa proteção", explicou Júnior.

A dificuldade na soldagem da adutora ocorreu por conta do vazamento constante, consequência da pressão da água.

A vendedora Odete Sérgio Pereira, 41 anos, moradora do Jardim Oratório, percebeu a falta de água na manhã de quinta-feira. "Não tinha água nem para tomar meu remédio. No trabalho, a mesma coisa. Como o galão de água estava em falta no mercado, tomei água de coco mesmo", contou.

O mecânico Luiz Carlos Sellan, 53, sofreu as consequências no trabalho. "Não pude fazer nada nesses dois dias. Tenho peças para montar e não posso lavá-las", reclamou.

Mãe de um bebê de 1 mês, a vendedora Jeciane Gomes Santo, 21, teve de recorrer à casa da sogra, onde existe caixa-d'água, para dar banho no filho. "Não sei o que vai acontecer se a água não voltar. Ontem (quinta-feira), não pude fazer o jantar  nem limpar a casa", lamentou.

No Jardim Santa Cecília, a Escola Estadual Profª Sada Umeizada, que possui alunos de Ensino Fundamental e Médio, só não sentiu tanto a falta de água por causa do reservatório. Como a caixa-d'água segue direto para a cozinha, a merenda não foi comprometida.

Com dezenas de peças de roupas e louça para lavar, a dona de casa Rosineia Soares, 37, lamentou a demora no reabastecimento. "Não têm condições. Vou ter de comprar água para cozinhar."

A Sama informou que, por volta das 16h de ontem, o problema havia sido sanado e o abastecimento, restabelecido. Segundo o superintentente, Atila Jacomussi, até às 18h de ontem, 70% dos bairros afetados tinham água nas torneiras. Conforme Jacomussi, após o término do trabalho foi implantado sistema de vigia pelas próximas 72 horas para saber se o conserto foi eficaz. "Assim que tivermos a resposta, começaremos a cimentar e aterrar", finalizou.

CAPIBURGO

Em 8 de fevereiro do ano passado, a adutora do bairro Capiburgo, também em Mauá, rompeu e deixou cerca de 320 mil pessoas sem água. Quase duas semanas após o incidente, o problema persistia em bairros mais altos, como Parque das Américas e Jardim Cruzeiro, obrigando os moradores a esperar caminhões-pipa.




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