Cultura & Lazer Titulo Luto
Morre André Valli
Ângela Corrêa
Do Diário do Grande ABC
21/06/2008 | 07:03
Compartilhar notícia


Morreu na manhã de ontem no Rio o ator pernambucano André Valli, famoso por interpretar o Visconde de Sabugosa no seriado Sítio do Picapau Amarelo por mais de dez anos a partir do fim da década de 1970. Valli, que completaria 63 anos em julho, havia diagnosticado um câncer há apenas um mês e morreu enquanto dormia em seu apartamento.

Seus representantes não divulgaram o local em que a doença se manifestou, apenas que o ator queixava-se de dores abdominais quando procurou o médico e que morreu sem saber do avançado estágio da enfermidade. O corpo seria velado ontem no saguão do Teatro Villa-Lobos, em Copacabana e depois levado para o Recife, cidade-natal do ator, onde ele deve ser enterrado hoje.

Atualmente, era contratado pela Record, onde fez dois papéis: o Gasosa em Cidadão Brasileiro (2006) e, mais recentemente, Willy Berloque , em Vidas Opostas (2007). Seu sonho era fazer uma montagem teatral de Dom Quixote de La Mancha, projeto para o qual buscava recursos. Também estava envolvido em Bonitinha mas Ordinária, adaptação da obra de Nelson Rodrigues que o diretor Moacyr Góes filma desde março último.

Antes de viver o popular personagem criado por Monteiro Lobato - nome pelo qual ainda era chamado nas ruas - Valli já era figura carimbada nas telinhas, onde estreou em O Cafona, em 1971. Desempenhava sempre papéis coadjuvantes, sobretudo com uma queda para o humor.

Sua carreira começou no rádio, ainda no Recife. Se mudou para o Rio para estudar artes dramáticas e fez longa carreira na Globo, onde marcou papéis em importantes obras dramatúrgicas da emissora carioca. Tais como O Bem-Amado (1973), O Noviço (1975), Escalada (1975), as duas versões de Pecado Capital (1975 e 1998), Escrava Isaura (1976), o remake de Selva de Pedra (1986) e a minissérie O Primo Basílio (1988). Seu último papel na casa foi nas duas fases de Hoje É Dia de Maria (2005).

No cinema, estreou em um dos episódios de As Mulheres que Fazem Diferente (1974). Em 1976, filmou O Vampiro de Copacabana e O Casamento. Com a crise no setor, só voltou aos sets em Tieta do Agreste, 20 anos depois, dirigido por Carlos Diegues. Sua trajetória na sétima arte se completa com O Viajante (1999), Xuxa e os Duendes (2001), Maria, Mãe do Filho de Deus (2003), em que foi o rei-mago Belquior e, finalmente, outra adaptação de peça de Nelson Rodrigues, Vestido de Noiva (2006).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;