“Se fosse para comparar as eleições de 2010 e 2014, o apoio do vereador (de Santo André Coronel) Edson Sardano (PTB) é incomensuravelmente maior do que o do ex-prefeito Aidan Ravin (PSB)”. Essa declaração foi dada pelo deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB) no momento em que o parlamentar andreense anunciou adesão ao seu projeto de reeleição à Câmara. No pleito anterior, há quatro anos, o ex-chefe do Executivo fazia parte dos quadros petebistas, mas pouco se empenhou na campanha do correligionário.

Em 2010, Faria de Sá se reelegeu para o sétimo mandato no Congresso Nacional. À época, obteve 192,3 mil votos. Deste total, 5.828 sufrágios foram conquistados na cidade. Parte da votação se deve à atuação de Nilson Bonome (PMDB), então supersecretário do governo do PTB, sem ajuda de Aidan, que não se engajou nas empreitadas proporcionais, o que criou forte clima de animosidade.

Coronel da reserva da PM (Polícia Militar) e ex-comandante do 10º batalhão da corporação, Sardano alcançou 4.436 votos na disputa de 2012, ficando na nona posição entre os mais lembrados nas urnas. O vereador foi eleito na coligação de Aidan, que deixou a legenda no ano passado para postular vaga na Câmara Federal no páreo de outubro. Curiosamente, Sardano concorreu a federal em 2010 pelo PPS. Na ocasião, teve 11,1 mil sufrágios.

Além da coloração partidária, Sardano alegou que a ligação de Faria de Sá com a Segurança uniu ao projeto. “Acompanho a sua trajetória há muito tempo. Ele tem proximidade com a PM, na qual fiquei por 30 anos”, justificou. “Em política, a omissão é uma das piores coisas que existem. Tenho obrigação de dizer ao meu eleitor que vou votar no Arnaldo”, completou, ao listar projetos do aliado, como o que dá poder de polícia à GCM (Guarda Civil Municipal) durante a atuação no combate à criminalidade.

Sardano afirmou que “é difícil falar em transferência total de votos”, porém disse confiar na capacidade de aglutinar forças devido ao perfil do eleitorado. “Meu eleitor é ligado a mim pela opinião, pelas propostas e não por qualquer outra relação clientelista. Por esse padrão, acredito num potencial maior de repassar essa votação.”

Para Faria de Sá, é “extremamente importante ter adesão do nível de Sardano”. A relação remete ao período da Constituinte, de 1988, quando o hoje vereador o procurava para reivindicar estrutura e melhorias às polícias. Finalizando o discurso, o petebista resumiu apenas que respeita a condição de Aidan de disputar espaço no pleito. “A democracia é isso.”