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Arroz sobe 11% e eleva preço da cesta básica no Grande ABC

Conjunto de itens de primeira necessidade aumentou 0,92%, passando a custar R$ 461,72, em média

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
25/04/2014 | 07:05
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Celso Luiz/DGABC


Produto que não costuma faltar na mesa dos brasileiros, o arroz foi o principal responsável pela alta da cesta básica no Grande ABC nesta semana. Com alta de 11,39%, o grão deu importante contribuição para que o conjunto de itens de primeira necessidade subisse 0,92% – o que representou R$ 4,22 a mais no bolso do consumidor, de acordo com levantamento realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) em supermercados da região.

Com a elevação, o custo da cesta passou a ser de R$ 461,72. O valor refere-se à média que uma família formada por quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) tem de gastar agora com alimentos e itens de higiene e limpeza no período de um mês, de acordo com a pesquisa.

A alta do arroz – que passou a custar cerca de R$ 9,19 o saco de cinco quilos – surpreendeu o responsável pela pesquisa, o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto. Segundo ele, o esperado era que o custo caísse nesta época do ano, por ser período de safra, quando a oferta do produto aumenta. A explicação, de acordo com a pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo) Maria Aparecida Braghetta, é que os produtores estão retendo volumes em estoque, no aguardo de obterem preços melhores, preferindo vender soja ou boi para “fazer caixa”.

Ela cita ainda que, nos três primeiros meses do ano, os atacadistas costumam fazer aquisições pequenas, na espera do momento da colheita, e agora “têm necessidade de compra”, para se abastecer. Porém, com oferta menor, os valores tendem a subir. De acordo com análise do Cepea, o arroz, no campo, já encareceu 4,74% neste mês, aumento que é atípico para o período.

Outro item que vem em alta é a batata, que alcançou agora o preço médio de R$ 5,29 (elevação de 7,52%). É o maior valor registrado neste ano e também está acima da marca mais alta de 2013 (em junho, chegou a R$ 4,94). Neste caso, segundo De Benedetto, a forte seca do início do ano nas regiões produtoras castigou as plantações e prejudicou a colheita desse item.

O feijão também subiu nesta semana, mas de forma discreta (alta de 1,45%). Passou a custar R$ 2,80 o quilo. O pesquisador da Craisa cita, no entanto, que o produto ainda está bem mais em conta do que em 2013, quando chegou a R$ 7 (em maio).

QUEDA

Em tendência oposta, o preço da laranja caiu 13%, na média. Agora custa R$ 1,61 o quilo. “No verão, todo mundo quer tomar suco da fruta. Agora, no outono, o consumo cai e é época de safra”, observa De Benedetto.
 




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