Atual presidente, Guerra foi pego de surpresa com rejeição da proposta, que tinha 12 assinaturas
Os vereadores de Rio Grande da Serra derrubaram projeto de autoria do presidente da Câmara, Edvaldo Guerra (PV), que pretendia implementar a reeleição para mesa diretora do Legislativo.
O projeto votado na sessão de quarta-feira dependia de aprovação de dois terços dos 13 vereadores. Mas a matéria teve apenas seis votos a favor. Sete foram contra. A bancada dos tucanos formada por Waldemar Asnar Perillo (PSDB), Merisvaldo de Lima (PSDB), Ângela de Souza Nunes (PSDB) e os vereadores Israel Mendonça da Cunha (PDT), João Batista Dias, o João Mineiro (PTB), Ebio Viana de Oliveira (PSC) e Silvio Menezes (PMDB), se opuseram à propositura.
O projeto de Guerra tramitava nas comissões da Câmara. Pretendia alterar artigo 19 do regimento interno. A proposta teve na semana passada assinatura de 12 dos 13 parlamentares – apenas João Mineiro (PTB), segundo secretário da mesa diretora, não aderiu à matéria. Guerra já contava com a aprovação e foi pego de surpresa com a rejeição da peça. “Semana passada todos estavam favoráveis. Existe algum interesse por trás que não consigo visualizar nesse golpe”, salientou Guerra.
Segundo o vereador e líder do governo Gabriel Maranhão na Câmara, Clauricio Gonçalves Bento (DEM), que votou a favor do projeto, não havia nenhum entrave para ser barrado. Ele não descarta a possibilidade de concorrer ao cargo para o biênio 2015-2016. “A matéria não estava especificando que o Guerra teria que se reeleger. A intenção era deixar aberto no regimento interno com a possibilidade de reeleição, já que existe em outras instâncias”, explicou Clauricio.
No ano passado, então presidente da Casa, Waldemar Perillo tentou realizar manobra pelo retorno da reeleição. A movimentação gerou discussão acalorada com Valdir Marques (PSDB). Sem apoio dos colegas, Perillo retirou o projeto. Desta vez, o tucano votou contra o projeto similar. “Foi uma articulação que não participei, contavam com apoio dos vereadores para debater a reeleição, não as candidaturas. Mas votei contra porque não concordo”, pontuou Waldemar.
Único contrário ao projeto desde a semana passada, João Mineiro pretende reforçar a candidatura ao cargo do Legislativo depois da derrota do projeto. “Antes da sessão nós nos reunimos e discutimos. Não concordamos em retornar com a reeleição, pois não haverá renovação. O Guerra deve dar oportunidade para novas pessoas assumirem o cargo”, afirmou o vereador.
Merisvaldo, que apoiava o projeto de Guerra, na hora da sessão acabou mudando seu voto. “Por ser suplente do vereador Agnaldo de Almeida (PSDB), conversei com ele a respeito do assunto e levei em consideração a opinião dele, que votaria contra o projeto. Foi um consenso”, justificou.
Nos bastidores, depois da votação os vereadores demonstraram insatisfação das atitudes do presidente do Legislativo e acusaram Guerra de ameaçar a exoneração dos funcionários que trabalham na Casa e apoiam os vereadores que não votaram favoravelmente ao projeto.
O impedimento da reeleição foi instituído na Câmara de Rio Grande da Serra em 2008, quando o presidente era Roberto de Paula Breyer, o Betinho (PSDB). À ocasião, a medida foi aprovada porque parlamentares questionavam o trabalho do tucano na presidência e o forçaram a ser substituído.
A eleição para mesa diretora da Câmara ocorre a cada dois anos. A próxima está prevista para dezembro de 2014.
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