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Sem contemplar
Martinha, Grana
fica deve ao DT

Com suspensão da reforma, sindicalista permanece de fora do governo petista de Santo André

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
01/08/2013 | 07:00
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Andréa Iseki/DGABC


Diante da medida do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), em suspender a reforma administrativa, o sindicalista e coordenador regional do PDT, Cícero Firmino da Silva, o Martinha, ficou sem secretaria. O recuo na reordenação da estrutura, que serviria também para contemplar o aliado político, gerou dívida política do petista com os pedetistas. A cobrança de participação no alto escalão se dá nos bastidores da Prefeitura.

O cancelamento da reforma foi divulgado por Grana sob a justificativa de evitar aumento os gastos públicos (cerca de R$ 12 milhões ao ano) e cargos comissionados (em média, 260 postos), frente ao clima desfavorável das manifestações populares de junho. Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, Martinha chegou a ser anunciado como futuro integrante da Secretaria de Trabalho e Renda, que não saiu do papel com os novos caminhos traçados pelo chefe do Executivo.

A promessa era desmembrar a área da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, comandada pela vice-prefeita Oswana Fameli (PRP), inflando o discurso de “gestão trabalhista”. O acordo foi firmado no segundo turno da eleição do ano passado, o que deixaria o PDT no poder de duas secretarias, contabilizando Cultura e Turismo, sob tutela de Raimundo Salles (PDT).

Por outro lado, Grana executou apenas minirreforma, oficializada anteontem, deslocando a diretoria de Trabalho, chefiada pelo mandatário municipal pedetista, Adonis Bernardes, para a Pasta de Governo.

A legenda apoiou o PT depois que Salles encerrou a disputa eleitoral em terceiro lugar, com 48,7 mil votos. Martinha, que é padrinho de casamento de Grana e foi vice na chapa derrotada de Vanderlei Siraque (PT) ao Paço em 2008, intermediou a negociação na oportunidade. Apesar da perda do cargo, ele negou problema com a situação. “Entendemos a conjuntura, sendo desnecessária a reforma no momento, não existe condições políticas para implantar.” 

Grana rechaçou que as circunstâncias deixaram o PDT sem espaço. Segundo o prefeito, Adonis é indicação de Martinha, que se colocou à disposição para colaborar no que for possível mesmo sem a nomeação. “Todos concordaram. Foi questão conversada, pois mudou a conjuntura. Nossa aliança não se deu por cargos.”

O titular de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), sustentou que os pedetistas têm o que “é possível” no secretariado.

PONTUAIS

A ala independente na Câmara criticou a minirreforma que será formalizada por decreto. O vereador Ailton Lima (PTB) chamou de “equívoco” o remanejamento. “Se a reforma era necessária, tinha de realizar. Mas não por pressão popular.”




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