O PT de Santo André acerta detalhes para firmar ‘blocão’ de consenso e reeleger o mandatário Luiz Turco no PED (Processo de Eleição Direta), em novembro. Grupos internos articulam unidade em torno do nome à presidência, bem como formar chapa única, evitando rachas que já traumatizaram o partido no passado. Nos bastidores, falta apenas convencer uma ala da legenda para consolidar esse acordo, ligada ao servidor público Aylton Affonso, da Articulação de Esquerda.

Antes reticente, a EPS (Esquerda Popular Socialista), liderada pelo vereador licenciado e secretário de Gabinete, Tiago Nogueira, bateu o martelo em apoio ao atual presidente. “Nosso grupo decidiu aderir à candidatura do Turco e estamos discutindo chapa consensual. Momento exige unidade de ação”, disse o integrante do primeiro escalão do governo Carlos Grana (PT), acrescentando que, hoje, não há pontos de divergência. “Existe grande possibilidade de ser chapa única.”

O período de inscrições para o PED se encerra em setembro. Até o momento, somente Turco se coloca oficialmente como postulante ao cargo. Sua reeleição é dada como certa no petismo municipal. “Atualmente, ele tem 70% de adesão”, afirmou Tiago, que dirigiu o PT por dois mandatos. Resta saber se haverá também só uma chapa inscrita, chamada de chapão, compondo 11 nomes na executiva. A cúpula faz amarrações para garantir espaço às lideranças.

Em contrapartida, há tradição petista de algumas alas inscreverem a chapa para marcar posição. Turco admite a dificuldade em angariar 100% do eleitorado, porém sustentou que o “objetivo principal passa por construir maior unidade possível”. “Estamos amadurecendo a ideia. O partido possui grande diversidade de setores. Formar chapão não é tarefa fácil, tranquila, pois não cabe todo mundo (no bloco), mas ainda é cedo. Tem muita água para rolar debaixo da ponte.”

Caso a unidade não se concretize, haverá forte frustração interna. No último páreo, em 2009, seis líderes disputaram a vaga da presidência e 12 chapas concorreram ao comando do diretório municipal. A disputa foi para o segundo turno, entre Turco e Antônio Padre. A data do pleito foi marcada por militantes que discutiram os resultados da prévia para a campanha eleitoral de 2008. Sobraram acusações dos grupos de Ivete Garcia e Vanderlei Siraque sobre a culpa da perda do poder após 12 anos de administração petista. O PT busca apagar esse cenário.

Turco tem suporte maciço das lideranças da sigla, inclusive de Grana. O prefeito deixou de nomeá-lo como comissionado no Paço para que ele pudesse atuar pela reeleição e solidificar sua candidatura a deputado estadual em 2014.