Brickmann Titulo
Jogando com coisa séria

m senhor condenado a mais de 40 anos de prisão por diversos crimes

Por Carlos Brickmann
03/04/2013 | 00:00
Compartilhar notícia


Um senhor condenado a mais de 40 anos de prisão por diversos crimes - todos ligados à operação do Mensalão - e que ainda enfrentará outro processo, pelo outro Mensalão, o tucano, resolve enfim ficar bonzinho. Mentiu durante todo o processo e resolve enfim contar o que sabe. Passou a vida levando vantagem e agora, num lampejo de consciência, resolve enfim colaborar com a Justiça.

E tem gente que acredita! O problema é que o principal alvo das denúncias de Marcos Valério é o ex-presidente Lula. Um ex-presidente não tem foro especial: está sujeito a decisões de um juiz singular. Mas um ex-presidente não é uma pessoa comum - tanto que tem direito a escolta oficial e a outras prerrogativas. Como ex-presidente, diretamente eleito e reeleito, merece consideração e respeito.

Isso não significa que um ex-presidente esteja acima das leis; mas significa que não pode ficar à mercê de qualquer denúncia de qualquer bandido condenado. Se Marcos Valério tinha denúncias a fazer, por que não as fez quando as oportunidades lhe foram oferecidas, durante o processo do Mensalão? Por que só se manifestou depois da causa julgada, da sentença pesada, do jogo jogado?

Que haja respeito, pois. A abertura de uma série de investigações sobre Lula cheira a ameaça. Se há motivo para processo, que se faça a denúncia à Justiça. Mas abrir investigações, só com base em Marcos Valério, é fora de propósito.

Ah, sim: este colunista jamais votou em Lula. E petistas radicais, como aliás os integrantes radicais de todos os demais partidos, costumam detestá-lo.

O TEMPO PASSA

O Supremo já perdeu o prazo para divulgar o acórdão do julgamento do Mensalão (que deveria sair até segunda-feira). Mas há rumores de que o acórdão seja divulgado hoje à tarde. Aí é só contar cinco dias úteis, prazo que a defesa dos réus tem para apresentar seus embargos, e esperar que o Supremo decida aceitá-los ou não. Encerrada esta fase, pode-se iniciar o cumprimento das penas.

O TEMPO VOA

O caso do Mensalão começou em 2005 e ainda não foi encerrado. Mas há planos para que a demora de processos na Justiça seja drasticamente reduzida. O presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, e a presidente da República, Dilma Rousseff, prometem que um conjunto de normas, decretos e novas leis fará com que a Justiça seja mais rápida. De acordo com o confiável portal jurídico Espaço Vital (www.espacovital.com.br), a duração máxima das ações cíveis será de dois anos; a das criminais, de um ano. Uma das medidas, segundo o portal, será a redução das férias dos magistrados de 60 para 30 dias por ano.

O DINHEIRO TAMBÉM VOA

Responda depressa, caro leitor: qual a empresa que concorre com o Metrô? E, caso o cidadão decida que não quer mais usar o sistema de águas e esgotos da Sabesp, qual a concorrente que deve procurar? Pois é: em São Paulo, empresas que não disputam mercado, que não enfrentam concorrente algum, chegaram a gastar quase R$ 200 milhões por ano em propaganda. A Dersa fez propaganda do Rodoanel, um grande anel viário; a Sabesp, de águas e esgotos, sobre a limpeza do rio Tietê, que aliás continua imundo; o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, CPTM, sobre os maravilhosos trens novos e a extensão de suas linhas; a CDHU, de casas populares, sobre seus novos projetos. Em dez anos de Governo, Alckmin e Serra autorizaram gastos de R$ 2,4 bilhões em anúncios.

Para que? Como nos versos do espanhol Cervantes, para nada.

MAIS UM

Orlando Pessuti, do PMDB, que foi vice do governador Roberto Requião, é o novo conselheiro da Itaipu Binacional. Vai se sentir bem: lá, como ele, quase ninguém entende de energia (a exceção é Luís Pinguelli Rosa). Vai receber uns R$ 25 mil mensais para uma reunião de três em três meses. É parte do preço do PMDB para apoiar a ministra Gleisi Hoffman, do PT, para o governo do Paraná. 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;