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50 Cent: 5 indicações ao Grammy na categoria rap
Por Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
06/12/2003 | 17:05
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Com cinco indicações ao Grammy 2003 na categoria rap, 50 Cent deve fechar o ano como um dos principais artistas da música norte-americana. Não será surpresa nenhuma se ele levar um ou mais troféus para casa. Este ano ele abocanhou, por baixo, 12 prêmios. É um fenômeno no mercado fonográfico, com mais de 6 milhões de discos vendidos e uma fonte inesgotável de boatos e notícias.

Curtis Jackson, o jovem novaiorquino de 27 anos, que atende pela alcunha de 50 Cent, teve uma subida meteórica. Das ruas do violento bairro do Queens aos holofotes foram apenas quatro discos. O primeiro deles sairia pela Columbia Records. Com muito discurso preso na garganta, foi ao estúdio e gravou 36 músicas em duas semanas. O material triado resultou no álbum Power of The Dollar.

Mas um contratempo lhe colocaria fora do rumo novamente: em abril de 2000, levou nove tiros – um no rosto – em frente à casa de sua avó, no Queens. Nos longos meses em que ficou convalescente, a gravadora o retirou dos planos.

Assim, o jeito foi colocar nas ruas o independente Guess Who’s Back?. Depois desse, lançou 50 Cent is The Future, com o qual caiu nas graças do mais famoso rapper norte-americano, o polêmico Eminem. Este dizia que 50 Cent era seu rapper preferido.

Sua sorte foi selada quando o próprio Eminem o levou para o selo Shady e o produziu, junto com Dr. Dre – uma sumidade no rap. O título do CD é sugestivo: Get Rich or Die Tryin‘ (Fique Rico ou Morra Tentando).

É verdade que muitas músicas foram alçadas ao topo das paradas. In da Cub é o hit do momento. What Up Gangsta e P.I.M.P. também estão entre as mais conhecidas. O disco é bem produzido e tem tudo que um álbum de rap pede: palavrões, sons de tiros, rimas sobre o submundo.

Ídolo – Só que 50 Cent tem a seu favor algo muito mais forte que o peso das 16 faixas de Get Rich or Die Tryin’. Sua história de vida é o roteiro perfeito para um filme sobre um ídolo rapper.

Ele nasceu num bairro pobre e violento e sua mãe – que o criava sem o pai – foi assassinada quando tinha apenas nove anos, em circunstâncias não esclarecidas.

Curtis Jackson então foi criado pelos avós. Diz ele que aos 12 anos vendia crack nas ruas, disposto a não pesar mais no orçamento do casal, que sustentava nove crianças. Foi preso várias vezes.

E desde que levou os tiros, só anda de colete à prova de balas e carro blindado. A justificativa: antes dele, os rappers Tupac Shakur e Notorious B.I.G. levaram tiros quando estavam em seus carros, e morreram. E 50 Cent era quem estava na sala ao lado do estúdio onde estava Jam Master Jay (do Run DMC) na noite em que foi assassinado.

50 Cent, como artista, também vive envolto em polêmicas. O clipe P.I.M.P., cujo título em português seria algo como ‘cafetão’, foi vetado na MTV por conter cenas muito apelativas, com garotas de topless.

Recentemente, o rapper comprou, pela bagatela de R$ 4,1 milhões, a mansão que pertenceu a Mike Tyson: uma modesta moradia, com 18 quartos, 24 banheiros, 14 lavabos, 7 cozinhas, uma cachoeira artificial, uma boate com capacidade para mil pessoas e uma academia de ginástica com 150 metros quadrados. Pelo jeito, 50 Cent anda bem precavido contra qualquer ataque. E não precisa mais se preocupar em ficar rico.




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