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Ouvidor não teve ajuda oficial, diz Avamileno
Sergio Kapustan
Do Diário do Grande ABC
16/01/2006 | 08:18
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O prefeito de Santo André, João Avamileno (PT), reage às críticas de vereadores de que o Executivo teria inferferido em favor do advogado Reinaldo Abud na eleição à Ouvidoria da cidade, prejudicando o processo eleitoral. Na terça-feira passada, Abud foi eleito no primeiro turno obtendo 14 dos 15 votos possíveis do colegiado do órgão. De acordo com Avamileno, ele venceu a eleição exclusivamente por sua capacidade de articulação sem nenhum tipo de ajuda da administração. Um dos apoios que ele recebeu foi da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).

O prefeito nega a interferência justificando que não vetou nenhum dos três nomes apresentados. Além de Abud, se inscreveram na eleição o professor universitário Sérgio Luiz Munhoz, que obteve um voto, e o cirurgião dentista André José de Andrade, que não foi votado. “Posso garantir que não houve interferência da Prefeitura”. Após a oficialização do resultado, o novo ouvidor também negou o apoio do Executivo.

Os ataques ao eleito vieram principalmente do presidente da Câmara, Luiz Zacharias (PL), e do vereador José de Araújo (PMDB). Para eles, a expressiva vitória de Abud indicaria a interferência da Prefeitura, o que poderia comprometer o seu trabalho. José de Araújo apresentou, em parceria com o Sargento Juliano, também do PMDB, no final do ano passado, projeto que propõe a extinção do órgão. A justificativa dos peemedebistas é de que a Ouvidoria está esvaziada na gestão petista.

Ao comentar as críticas, o prefeito afirma que a Câmara tem o direito de criticar, entretanto, ele discorda. No seu entendimento, o resultado da eleição deve ser debitado ao colegiado da Ouvidoria, formado por representantes da sociedade organizada, como sindicatos, associações de empresários, faculdades, OAB e conselhos municipais.

Para Avamileno, a Ouvidoria é um órgão independente da Prefeitura que precisa de apoio. “O vereador deve apresentar sugestões para melhorar a Ouvidoria, mas não acabar com ela. Ela é um medidor do trabalho do serviço público e tem sua autonomia. A nossa expectativa agora é que funcione melhorar ainda com o novo ouvidor”, respondeu Avamileno.

Agilização – A Ouvidoria foi criada em 1999 para atender reclamações da população, como revisão de tributos municipais, desmembramentos de terrenos, agendamento de consultas e poda e remoção de árvores. Segundo dados do órgão, em 2005, foram registrados 3.332 atendimentos, resultando em 851 processos abertos.

Eleito para um mandato de dois anos, Reinaldo Abud disse que trabalhará de forma independente e que sua prioridade é aproximar a Ouvidoria da população. Entre as medidas que pretende tomar, destaca a instalação de uma “ouvidoria itinerante”, para atender o público em postos de saúde, associações de bairro e centros culturais, e investimentos em informática para agilizar as reclamações. Abud tomará posse em fevereiro.




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