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Alckmin obstrui gestão do PFL na Assembléia
Por Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
28/06/2005 | 08:22
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Deputados aliados ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) obstruem a ação da direção da Assembléia Legislativa para impedir que o presidente Rodrigo Garcia (PFL) – eleito em março com apoio da oposição – cumpra promessas de campanha, entre elas, a criação de CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) e aprovação de projetos individuais dos parlamentares. O primeiro secretário da mesa, Fausto Figueira (PT), explicou que são abortadas todas as tentativas de garantir mais autonomia. Além das mais de 50 CPIs que aguardam na fila, a Assembléia acumula 2 mil projetos de lei de autoria dos deputados prontos para serem votados e pelo menos 200 vetos do governador a propostas aprovadas pelo Legislativo.

Garcia é aliado histórico do governador, mas em março apresentou candidatura própria e venceu a eleição para suceder Sidney Beraldo (PSDB). O governo manteve maioria parlamentar, mas perdeu a mesa diretora. Agora, todos os projetos que a mesa encaminha são barrados pela base governista, que tem aproximadamente 57 dos 94 deputados. Garcia tem ao seu lado as bancadas do PT, PCdoB e parte do PFL e do PSB.

Governistas acusam Garcia de tentar atropelar o colégio de líderes – instância onde normalmente são fechados os acordos da maioria. As reuniões do grupo estão esvaziadas desde março. Aliados do presidente afirmam que a bancada governista ainda vive clima de revanche porque não engoliu a derrota na eleição para a presidência. “Tradicionalmente poucos deputados decidiam a vida da Assembléia. O presidente reuniu o colégio de líderes algumas vezes e, na medida em que não houve consenso, se dirigiu diretamente aos deputados. Agora quem obstrui é o governo”, diz Figueira. “Alguns chegam ao cúmulo de obstruir os próprios projetos”, afirma.

Vice-líder do governo, o deputado Milton Flávio (PSDB) afirma que a busca de entendimento por uma pauta comum foi abandonada há mais de um mês. “Infelizmente a presidência suspendeu o colégio de líderes que era uma câmara onde os acordos podem ser construídos. Por causa disso, a discussão acontece no plenário. E no plenário é difícil fechar acordo”. Flávio afirma que Garcia passou por cima do colégio de líderes porque, para ganhar a presidência, assumiu compromissos que entendia possíveis de ser cumpridos sem o apoio dos demais líderes. “O presidente está em posição de isolamento por não querer respeitar um instrumento que a Casa considera adequado. E tem um cronograma de aprovação de medidas que serviram de base para sua plataforma. Na verdade isso nunca dependeu da vontade do presidente. Só consegue por meio do diálogo”.




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