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Prestação de R$ 1 atrai clientes de baixa renda
Clarissa Cavalcanti
Do Diário do Grande ABC
30/10/2005 | 08:32
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Comprar um ferro de passar, um jogo de xícaras ou de panelas pagando prestações nanicas de até R$ 1 já é realidade nas grandes redes varejistas. As mini-prestações são a mais nova aposta do comércio para atrair os consumidores de baixa renda.

O Wal-Mart, com duas unidades na região, permite mediante o cartão de crédito Hipercard que os clientes parcelem as compras em até 25 vezes, com mensalidades a partir de R$ 1. O serviço começou a ser oferecido no Sul e Sudeste do país desde junho passado.

O diretor de crédito da rede, Givaldo Marinho, explica que a parcela mínima já era comum na compras realizadas pelo cartão da rede Bompreço, adquirida pelo Wal-Mart, que achou a idéia boa e decidiu não apenas manter o produto, como adotá-lo em toda a rede Wal-Mart.

“Os clientes podem comprar qualquer produto como alimentos, eletrodomésticos e utensílios de uso geral. Não temos como quantificar, mas a mini-prestação é uma forma de fidelizar e fazer com que o cliente volte”, diz Marinho.

Concorrência – A rede de supermercados CompreBem, do Grupo Pão de Açúcar, também adotou a estratégia e desde agosto, em parceria com o banco Itaú, oferece a prestação mínima de R$ 1,99 paga com o cartão da empresa. A primeira promoção foi de um ferro de passar roupa vendido em dez parcelas de R$ 1,99.

Segundo a gerente de relacionamento do CompreBem, Andréia Borloni, o pagamento mínimo é possível na compra de pequenos eletrodomésticos, acessórios para casa e brinquedos. Ela conta que a rede registrou 200% de aumento nas vendas com itens que permitem o parcelamento mínimo. “Nossa idéia é aumentar a gama de produtos que oferecem pequenas prestações. Percebemos que para o consumidor de baixa renda esta opção permite que eles consumam mais e criem vínculo com a empresa”, diz Andréia.

Nas Casas Bahia, as prestações mínimas já correspondem a 8% das vendas da rede. A menor prestação oferecida é de R$ 10, no parcelamento de até 24 vezes no carnê, com juros de 5,9% ao mês. O baixo preço das parcelas oferecidas pelo varejo reflete o alongamento dos prazos, que começaram a ser esticados em reação à política de elevação de juros.

Baixa renda – Para o supervisor geral das Lojas Cem, Valdemir Colleone, a prestação mínima de R$ 9 é uma forma de trazer ao mercado consumidor clientes de baixa renda. Os clientes podem parcelar a compra em até seis vezes, pagando juros de 1,9% ao mês. “Uma parcela menor do que isso não pagaria os custos operacionais. A participação deste tipo de prestação ainda é pequena, mas é importante oferecer a opção ao cliente.”




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