Diarinho Titulo Hora de brincar
Para brincar e se divertir precisa só de criatividade

Bastam lápis, papel, tecido, colher ou tampinha e, se tiver companhia, bagunça fica mais gostosa

Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
02/05/2021 | 09:08
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André Henriques/DGABC


Antigamente, quando não existia internet, as crianças precisavam apenas umas das outras para brincar. Fosse de pega-pega ou siga o mestre. E quando precisavam de algo mais, não era de muito, já que na diversão a imaginação é que manda.

Já parou para pensar que para passar uma tarde toda se divertindo basta um pedaço de chão e um giz para riscar? Com isso se desenha uma amarelinha, em que cada jogador joga a pedrinha na casa marcada com o número 1 e vai pulando de casa em casa, partindo da casa 2 até o fim, chamado Céu.

Ou quem sabe uma folha em branco e lápis de cor, para deixar a imaginação criar os mais interessantes cenários para uma história. A verdade é que brincar faz bem, não precisa de muito para isso e há diversas possibilidades de brincar longe das telas de smartphones e games.

Em Santo André, na casa dos irmãos Luanda, 9 anos, Nino, 7, um pedaço de pano virou balanço na casa. Esse, aliás, é um dos locais prediletos dele. “Gosto muito de balançar no tecido que fica amarrado no quintal”, conta.

Luanda diz que entre as brincadeiras que faz com o irmão há uma em que um corre com a bola na mão e o outro vai atrás para tentar pegar. E entre eles há a Farofa, cachorra da casa, que se diverte junto.

“Adoro coisa reciclável. Gosto de criar coisas de decoração ou miniaturas para a casa de boneca com caixinha, fita crepe, palito”, conta Luanda.

Ela e Nino são sempre incentivados pelos pais a usarem a imaginação para brincar. “Um dia peguei um prato e um copo de aniversário, colei e virou uma nave”, diverte-se Nino. Recentemente a família pintou uma amarelinha na calçada. E para eles, a ideia é que isso traga felicidade, inclusive para as pessoas que por lá passarem.

Em Mauá, na casa das irmãs Pietra, 8, Marina, 3, e Betina, 1 ano e 9 meses, a diversão não para também. Sempre juntas, encontram felicidade nas brincadeiras simples.
Marina, por exemplo, gosta de brincar com tampinhas. “Você tem que colocar uma em cima da outra e fazer um castelo ou uma torre muito grande”, explica.

Pietra conta que uma das brincadeiras dela com as irmãs é pega-pega, em que um jogador precisa correr atrás dos outros e tocar um deles. Quem for tocado, automaticamente vira o pegador e passa a correr atrás dos outros.

“Adoro brincar com pano, tampinhas, copos plásticos, potes, colheres, avião de papel, bolinhas, corda, tintas e bambolês”, completa Marina, que diz ainda que brincam juntas todos os dias e isso “faz muito bem”.

Criar os brinquedos faz família passar mais tempo junta

Em Rio Grande da Serra, as irmãs Catharina, 12 anos, e Valentina, 5, adoram brincar. E a diversão começa junto dos pais, construindo os brinquedos com vários materiais.
Tampinha de garrafa, tinta, cola e o que mais aparecer servem para aguçar a imaginação. Um pedaço de madeira, sem utilidade, ganhou tinta e se tornou tabuleiro para jogar dama.

Catharina conta que ela e a irmã adoram criar os brinquedos. “Vemos vários vídeos e a partir deles vamos buscando os materiais para criar”, explica.
Valentina diz que gosta de brincar de bonecas, mas se diverte também com massinha caseira, argila e desenhando.

Segundo Catharina, seus pais, Rodrigo Leite, 36, e Isabella Fraga, 31, sempre conversam sobre a importância de criar, de reaproveitar as coisas e de doar o que não usam mais. Além disso, fazer os brinquedos, para elas, tem outra importância. “Passamos mais tempo juntos (em família), recortando, colando e deixando o celular de lado”.


Educadora musical dá dicas para se divertir com pouco

Mãe de três meninas, a flautista e educadora musical de Mauá Tatiane Vilardi Argasuku Ferreira, 39 anos, conta que para se divertir não precisa de muito. Ela, por exemplo, usa os sons que o próprio corpo pode criar para inventar brincadeiras.

Ela explica que para criar brincadeiras, quanto menos recursos, mais teremos que estimular a criatividade. “É possível se divertir com pouco ou nenhum material muitas vezes.”

Pais e crianças que quiserem saber por onde começar na hora de inventar brincadeiras lúdicas podem pegar dicas com Tatiane no YouTube e Instagram (Brincanto Musical).
Além de brincar com os sons do corpo, como com palmas, por exemplo, pesquisar as possibilidades sonoras de objetos como copos, colheres, potes e panelas e acompanhar canções são algumas das dicas boas.

“Transformar duas colheres em várias coisas, como, por exemplo, passarinhos voando, avião, bater uma na outra simulando o som de grilos etc”, sugere.

Tatiane diz ainda que o simples fato de estimular a criatividade para se criar algo prepara as crianças para serem criativas quando chegarem na vida adulta, conseguindo resolver os problemas com desenvoltura, agilidade e eficiência.




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