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Estudantes pedem que UFABC afaste docente que fez filme pornô

Em uma das gravações, enredo é sobre o relacionamento entre alunas e professor em sala de aula; instituição afirma que caso está sob análise

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
31/10/2020 | 00:01
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DGABC


Grupo de alunas da UFABC (Universidade Federal do ABC), do campus de São Bernardo, pede que a direção da instituição desligue do quadro de funcionários o professor de ética e filosofia (que também já fez parte do conselho de ética da universidade) Flamarion Caldeira Ramos, que participou de filmes pornográficos. Segundo as estudantes, os vídeos foram divulgados em julho em um grupo da universidade no Facebook.

As alunas não querem se identificar, mas relatam que em um dos vídeos, a encenação simulava uma relação sexual entre docente e aluna, dentro da sala de aula. O caso foi encaminhado à ouvidoria e à corregedoria da instituição.

Uma estudante explicou que, quando a comunidade acadêmica soube dos vídeos, houve reunião com várias integrantes de entidades da UFABC e começou a campanha Pornografia é Violência. “Postávamos nas redes sociais das entidades várias denúncias contra a indústria pornográfica e o seu consumo”, explicou.

A principal queixa das alunas é a de que a indústria pornográfica valida e estimula a violência contra as mulheres. “A pornografia se alicerça na exploração, subjugação, objetificação e na violência, seja ela física, moral, simbólica e/ou sexual. A mensagem transmitida a partir de tal comportamento é a de que essas características refletem a maneira como ele enxerga a relação com suas discentes”, diz um trecho da denúncia levada à direção da universidade. “Diante do fatídico acontecimento, muitas estudantes se sentiram hostilizadas, constrangidas e extremamente expostas perante a conduta do docente em questão”, continua o texto.

“Acreditamos que sua estadia na universidade não apenas mancha o legado da UFABC, como também traz consequências negativas para quem a frequenta, perpetuando o machismo na instituição. Devido à gravidade da situação, desejamos, sobretudo, o afastamento do docente da disciplina em que ele se encontra alocado no quadrimestre suplementar, para que as mulheres tenham o direito de cursá-la e de se sentirem resguardadas, evidenciando, assim, que a UFABC realiza ações eficazes com o intuito de prezar pela permanência das estudantes.”

Outra queixa é a de que entre as empresas que a UFABC mantém convênio para que os alunos façam estágios está a produtora de filmes pornográficos Brasileirinhas. “Tudo isso foi levado para o conselho universitário”, completou uma das estudantes.

Em nota, a UFABC informou que “o assunto em questão está sendo tratado nas instâncias cabíveis da universidade, a saber: ouvidoria, corregedoria e comissão de ética”. Que em relação ao convênio citado, atualmente, a UFABC conta com cerca de 1.200 empresas conveniadas para conceder estágios.
“Informamos que não há, no momento, nenhum(a) estudante estagiando na empresa citada e que apenas um estudante foi estagiário da referida empresa, entre 2016 e 2017”, concluiu a nota.

O professor Flamarion Caldeira Ramos não retornou aos contatos da equipe de reportagem. 




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