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Indignação e protestos marcam enterro de faxineiro
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15/04/2006 | 09:25
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"É essa cor preta. É essa cor preta", gritava Joana Dias, passando um dos dedos na pele para justificar a morte do faxineiro Rogério Santos Dias. Indignada, falou por quase cinco minutos no enterro do sobrinho, às 10h de ontem no Cemitério de Itaquera, na zona Leste da São Paulo. "Quero deixar esse depoimento para o mundo. Policiais fazem de nós lixo. E lixo é melhor do que nós porque ainda pode ser reciclado", desabafou, aplaudida por cerca de 300 pessoas que não paravam um minuto de rezar e cantar músicas católicas. Ela ainda disse que pretende conseguir justiça.

Aos 33 anos e com uma ficha criminal limpa, Dias foi baleado na madrugada de quinta-feira, durante uma perseguição realizada por policiais militares. A morte ocorreu a poucos metros da casa da sogra, em Cidade A. E. Carvalho. Pouco antes da vítima ser baleada, PMs seguiam um Escort cinza escuro, sem queixa de roubo. Depois de dizer que Dias havia trocado tiros com os policiais, veio a versão oficial: ele fora vítima de bala perdida.



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