O governo do prefeito Paulo Serra (PSDB), de Santo André, busca última cartada para viabilizar convênio junto ao Palácio dos Bandeirantes, chefiado por João Doria (PSDB), na tentativa de agilizar a revitalização da Avenida dos Estados. O tucano alegou que as tratativas estão avançadas na pasta de Desenvolvimento Regional, mas que resta ainda o aval definitivo de Doria – o valor negociado envolve cerca de R$ 30 milhões da gestão paulista. “Estamos aguardando autorização do governador e assinatura do secretário (Marco Vinholi, PSDB). Não dá para falar que (projeto) está aprovado, mas está encaminhado.”

“Estamos à disposição até o dia 31 de dezembro e no ano que vem também, mas queríamos alinhar (a reforma) já no começo de 2020. (Certo é que) A Prefeitura vai fazer as intervenções na Avenida dos Estados, dentro do programa Rua Nova, com ou sem o governo do Estado. Com o Estado, pode ter projeto completo na avenida, que consiste em fazer modernização (de todo viário), iluminação de LED, barreiras físicas, com guard-rail, impermeabilização, calçadas e parte do término da canalização de trechos que precisa corrigir. Será nova Avenida dos Estados”, pontuou o chefe do Executivo.

A via, que corta três municípios do Grande ABC, incluindo São Caetano e Mauá, às margens do Rio Tamanduateí, carece de intervenções diante de série de problemas estruturais. Existe demanda antiga por obras de restauração. A tradicional avenida apresenta pontos de alagamento, desnivelamento de asfalto, falta de muretas de contenção em alguns trechos e buracos por toda sua extensão. Recentemente, registrou queda de pontes.

Vinholi evitou cravar a consolidação do acordo específico, mas falou de maneira genérica que o Estado deve anunciar em breve investimentos em Santo André. “Estamos discutindo apoio em convênios e conversando para, no início do ano que vem, termos novidades importantes.”

Paulo Serra assegurou que vai iniciar as obras no primeiro semestre, ponderando que a diferença fica em relação ao “ritmo” em caso de concretizar a parceria com o Estado. “A Prefeitura sozinha, talvez, precise de um ano e meio, dois anos, e haja necessidade de realizar por lotes – cada etapa em até 180 dias –, encerrando no fim de 2021, porque há questão orçamentária, mas vamos começar (a obra). Com o Estado, a gente consegue concluir isso de forma muito mais rápida por conta do investimento. O projeto, só abrangendo asfalto e modernização, dá R$ 50 milhões, com reparos nas margens. Dividindo com o Estado, a gente consegue fazer de uma vez só.”

O pacote completo gira em torno de R$ 79,2 milhões. Estudo foi elaborado pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) em 2017 e entregue ao Estado, mas não houve avanços. Com a concessão de parte da autarquia à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Santo André receberá aporte de R$ 90 milhões, que serão depositados em fundo de saneamento e infraestrutura, baseado no acordo de terceirização de serviços.