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Peixes morrem perto de estação da Sabesp
Por Mário César de Mauro
Do Diário do Grande ABC
16/01/2004 | 01:06
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Peixes de pelo menos três espécies apareceram mortos na manhã desta quinta no ribeirão da Estiva, em Rio Grande da Serra, a 50 metros da Estação de Tratamento e Abastecimento (ETA) da Sabesp. As causas da mortalidade de cerca de uma centena de traíras, bagres e lambaris ainda é desconhecida.

Segundo o ambientalista Virgílio Alcides Farias, da ONG Movimento em Defesa da Vida (MDV), a água pode estar poluída pelo derramamento de lodo proveniente do tratamento da água. A Sabesp informou que desconhece a mortandade e que não houve descarga de lodo nos últimos dias no local.

O caso deve ser levado ao Ministério Público pelo ambientalista, que também enviará documento pedindo esclarecimentos à Sabesp.

A Prefeitura de Rio Grande da Serra irá providenciar coleta de amostras da água e lodo para enviar ao Instituto Adolfo Lutz. A ETA do ribeirão da Estiva produz a água distribuída em toda cidade e em alguns bairros de Ribeirão Pires.

“A situação é preocupante. Peixes como o bagre e a traíra são bastante resistentes e a causa pode estar no lançamento do lodo com substâncias químicas provenientes do tratamento da água. O ribeirão da Estiva é o rio mais limpo da cidade e um afluente do rio Grande, que forma a Billings. Isso que dizer que a poluição pode chegar até a represa”, disse Farias, presente no local após ser chamado pela Prefeitura.

O cardume morto foi descoberto por funcionários municipais que faziam serviços de limpeza na esquina da estrada do Pouso Alegre – paralela ao ribeirão da Estiva – com a avenida José Bello, na Vila Cristiane, às 9h. “O rio estava branco. Então vimos que eram os peixes mortos, muitos filhotes”, afirmou um dos trabalhadores.

O chefe de divisão da Secretaria de Serviços Urbanos de Rio Grande, José Severino Gomes da Silva, que coordenava os serviços na Vila Cristiane, afirmou ter visto funcionários da Sabesp retirando da água parte do cardume que boiava. “Chegaram numa picape da Sabesp e estacionaram próximo ao rio. Colocaram os peixes em sacos plásticos e foram embora quando perceberam que estavam sendo vistos por nós. Pareciam querer esconder o problema”, afirmou.

A Sabesp, por meio de sua assessoria de imprensa, reafirmou que não sabia da mortandade e negou o recolhimento dos peixes por seus funcionários. A companhia ainda esclareceu que não houve nesta semana qualquer atividade extra na ETA de Rio Grande da Serra, que pudesse justificar o ocorrido. Mesmo assim, informou que irá acompanhar os desdobramentos do caso. Cerca de 20 peixes ainda boiavam no rio à tarde.




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