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Após vistoria, 142 famílias do Jd.Sto.André serão removidas

Moradias estão em núcleos com alto risco para deslizamentos; munícipes receberão auxílio-aluguel

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
08/02/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Agentes da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) farão, nas próximas semanas, a remoção de 142 famílias residentes de pelo menos sete áreas de risco do Jardim Santo André, classificadas com grau 4, ou seja, perigo iminente para deslizamentos. A medida, anunciada ontem durante vistoria técnica realizada na comunidade carente, visa dar fim às invasões irregulares que têm se espalhado pelo território andreense. Estima-se que 12 mil famílias residam no bairro, sendo 3.000 de maneira clandestina.

Com presença do presidente da CDHU, Eduardo Velucci, e do secretário executivo da Habitação estadual, Fernando Marangoni, além de representantes da Prefeitura de Santo André, foi realizado amplo mapeamento do local com o objetivo de elaborar diagnóstico preliminar das moradias e conhecer melhor o perfil e as necessidades das famílias que ali residem.

A partir do relatório da vistoria, a expectativa é a de que ainda neste ano a atual gestão do governo estadual, sob comando de João Doria (PSDB), apresente plano para recuperação da área e implantação de projetos de infraestrutura, em especial nos núcleos Toledanos, Missionários, Cruzados 1 e 2, Dominicanos, Campineiros, Lamartine e ABB (antiga Associação Banco do Brasil). No caso das famílias que serão removidas, todas receberão auxílio-aluguel de R$ 400 por um ano, a princípio sem garantia de atendimento habitacional.

A medida atende a pedido feito pelo MP (Ministério Público) de São Paulo que, no ano passado, cobrou da CDHU e da Prefeitura de Santo André providências emergenciais para coibir o crescimento acelerado e desordenado de invasões em áreas de risco antes desocupadas no Jardim Santo André.

“Sabemos que é um grande desafio, mas o Estado está empenhado em tirar o projeto de urbanização do Jardim Santo André do papel, transformando ele em plano de governo . É um projeto de longo prazo, mas que vamos executar em etapas”, afirma Velucci.

Na avaliação do atual secretário executivo de Habitação do Estado, Fernando Marangoni, que nos últimos dois anos esteve no comando da pasta em Santo André, nas próximas semanas deverá ser iniciada a construção de praça, ao lado da sede da 2ª Companhia do 41º Batalhão da Polícia Militar, na comunidade carente, promessa antiga que ainda não saiu do papel. “Será a primeira área de lazer do bairro com pista de corrida, campo de futebol e quadra poliesportiva”, relata.

Dentro do pacote consta ainda a regularização de 600 lotes na parte do núcleo Lamartine, onde devem ser empenhados cerca de R$ 3 milhões provenientes de recursos municipais.

Segundo o secretário de Habitação e Regularização Fundiária de Santo André, Paulo Alves, a solução do Jardim Santo André envolve conjunto de ações de diversos setores. “Tem de existir plano de governo e integração de secretarias para que isso tenha começo, meio e fim.”

Há quatro anos morando em barraco improvisado no núcleo ABB, área com alto risco para deslizamento, a dona de casa Graciele Aparecida Cardoso da Cruz, 21 anos, é uma dos moradores que serão contemplados com auxílio-moradia. “Para nós, é um fim de um drama antigo”, considera.

 

Habitação promete investir R$ 1 bi na construção de 60 mil unidades

 

Técnicos da Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo trabalham na implantação do programa Nossa Casa, lançado no dia 2 pelo governador João Doria (PSDB). O próximo passo será a reunião com os prefeitos interessados em conhecer e aderir ao programa, em data que está sendo definida. A promessa do governo estadual é investir R$ 1 bilhão em quatro anos no projeto para beneficiar 60 mil famílias de baixa renda.

Segundo adiantou o secretário estadual de Habitação, Flavio Amary, o Nossa Casa envolve subsídios municipais, estaduais e federais, além da oferta por parte das prefeituras de terrenos para a construção dos empreendimentos. A iniciativa privada participará do programa construindo e disponibilizando moradias ou lotes de interesse social a preços abaixo do valor de mercado para as famílias com renda de até cinco salários mínimos.

As famílias atendidas receberão cheques-moradia no valor de até R$ 30 mil e vão arcar com financiamentos em torno de R$ 60 mil, que poderá ser dividido em parcelas de R$ 450 mensais.  




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