Política Titulo Saldo negativo
Grande ABC destoa do cenário nacional e elege só uma mulher

De 2006 a 2014, região viu vitória de pelo menos duas deputadas na Assembleia; no dia 7, apenas Carla venceu

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
21/10/2018 | 07:00
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 Na contramão do saldo positivo para as mulheres comparado com a eleição para os Parlamentos em 2014, o Grande ABC perdeu uma cadeira feminina na Assembleia Legislativa e, no pleito deste ano, elegeu apenas Carla Morando (PSDB), contra duas vitórias delas na eleição estadual passada. 

Desde o pleito de 2006, as sete cidades elegiam pelo menos duas mulheres para integrar a bancada da região. Foi assim também em 2010 e em 2014. Os nomes foram os mesmos: Ana do Carmo (PT) e Vanessa Damo (MDB). 

Neste ano, porém, nenhuma das duas disputou vaga no Legislativo paulista. A petista abriu mão de brigar pela reeleição para tentar vaga na Câmara dos Deputados – obteve 51.818 votos e não foi eleita. 

Porém, de 2016 para cá o Grande ABC já vinha contando apenas com Ana do Campo de mulher na bancada da região, composta atualmente por quatro parlamentares, todos do PT. Naquele ano, Vanessa Damo teve o mandato cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por crime eleitoral. 

Levantamento feito pelo Diário, com base nos dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mostra que 34 mulheres das sete cidades foram candidatas (sendo 18 a estadual e 16 a federal), num universo de 125 projetos eleitorais, o que representa apenas 27,2% de todos os nomes da região que figuraram nas urnas. Assim como no cenário nacional, as mulheres também são a maioria do eleitorado na região: são 1,1 milhão de eleitoras, ante 979,7 mil eleitores homens.

Apesar de a região contar apenas com seu nome como mulher entre os seis deputados eleitos da região para a Assembleia, Carla Morando destacou o saldo positivo nos cenários nacional e estadual. “A bancada (feminina) do Grande ABC diminuiu, mas aumentou o número geral de mulheres na Assembleia. Então, vejo que a mulher está de fato entrando na vida política. Nada mais justo, porque somos a maioria do eleitorado, além também de usarmos mais os serviços públicos”, frisou a deputada estadual eleita.

No panorama geral, a Assembleia Legislativa paulista verá a partir do ano que vem a participação feminina aumentar de 11 para 18, em comparação com o pleito de quatro anos atrás. Entre elas estão, pela primeira vez na história da Assembleia paulista, duas mulheres transgênero: Erica Malunguinho e Erika Hilton (ambas do Psol) – essa última integra a chamada Bancada Ativista, que reúne integrantes de movimentos das minorias. “Isso é positivo. (Esse resultado geral) Já traz as mulheres para a vida política. Sei que é difícil, porque temos muitas atribuições, a tripla jornada”, salientou Carla. 

NACIONAL

Na Câmara dos Deputados, o número de mulheres eleitas aumentou em comparação com quatro anos atrás – foi de 51 para 77 –, mas ainda é menor proporcionalmente: apenas 15% do total de cadeiras no Parlamento federal. No Senado, o panorama se manteve o mesmo de oito anos atrás, quando se renovaram 54 das 81 vagas: sete eleitas.




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