Política Titulo Eleições
Grande ABC tem um deputado para cada 350 mil eleitores

Número é mais do que o dobro registrado em 1994, quando se elegeu a maior bancada regional

Fabio Martins
06/08/2018 | 07:00
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Montagem/DGABC


 Com seis deputados hoje em exercício no Grande ABC – dois federais e quatro estaduais –, as sete cidades têm um parlamentar para cada 350 mil eleitores, número superior do que o eleitorado de Diadema, que teve 330 mil aptos a voto em 2016. Atualmente, são quase 2,1 milhões no total. O índice é mais do que o dobro do registrado no pleito de 1994, quando na esteira do movimento denominado Vote no Grande ABC se elegeu a maior bancada regional. Na ocasião, foram 13 representantes eleitos – cinco à Câmara Federal e oito à Assembleia.

Diante da expectativa de reproduzir resultado obtido naquela situação, entidades da sociedade civil reeditam movimento – lançado no dia 24, mas que efetivamente deve funcionar a partir de 15 de agosto – na busca por conscientizar a população sobre os benefícios que o Grande ABC possa receber com a retomada de bancada ampla. Na oportunidade da primeira ação arquitetada neste sentido, a proporção foi de 107 mil eleitores para cada eleito. A quantidade mostra que, de fato, houve a concentração de sufrágios distribuídos no reduto local.

Em 1994, a região elegeu quatro deputados federais do PT – Celso Daniel, Jair Meneguelli, Ivan Valente e José Augusto da Silva Ramos – e um do PTB (Duílio Pisaneschi). Foram 278,7 mil votos entre essas figuras que garantiram mandato. Para a Assembleia Legislativa, três nomes do PTB – Waldir Cartola, Israel Zekcer e Daniel Marins – e do PT – Djalma Bom, Wagner Lino e Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho – conseguiram sucesso nas urnas, além de Gilson Menezes, no PMDB, e Clóvis Volpi, no PSDB. Foram 264 mil sufrágios depositados nesta lista.

Duílio sustentou que o “chamamento” feito na campanha do Vote no Grande ABC influenciou diretamente para o saldo da bancada. “O engajamento foi muito importante. Região como a nossa necessita de maior representatividade política. Isso pesa. Quando eu estava em Brasília o mandato garantiu recursos por emendas, como para concluir o Hospital Mário Covas, em Santo André, além de trazer porto seco e a instalação de sete varas da Justiça Federal”, disse o ex-parlamentar, fora da vida pública há 14 anos – ele saltou de 53 mil votos em 1994 para 100,3 mil em 1998. “Todo mundo vem buscar voto aqui e depois não traz nada de efetivo. Elegendo candidatos daqui podemos cobrar as promessas daqueles que estão próximos, moram e estão na região.”

Ex-prefeito de Ribeirão Pires, Volpi frisou que a reedição do movimento “fortalece muito” as candidaturas para alertar sobre a importância de se eleger número grande de parlamentares. Segundo ele, esse apelo tem que deixar claro que não há disputa doméstica. “Não é eleição municipalista. Não pode ser transformada em campanha local, que não leva a nada. A classe política está desacreditada. Essa ação precisa servir regionalmente”, pontuou, ao acrescentar que a futura bancada pode, por exemplo, buscar por força política e emendas em bloco para auxiliar no projeto da Linha-18-Bronze, que ligaria o Grande ABC à rede metroviária da Capital, assinada em 2014, e até hoje no papel.

Apesar da representatividade atual, o pleito de 2014 computou nove parlamentares na região – Orlando Morando (PSDB) e Atila Jacomussi (PSB) foram eleitos prefeitos em São Bernardo e Mauá, respectivamente, além da cassação de Vanessa Damo (MDB). A bancada federal é formada por Alex Manente (PPS) e Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT). Já as cadeiras na Assembleia são preenchidas por quatro petistas, Luiz Turco, Luiz Fernando Teixeira, Ana do Carmo e Teonilio Barba.




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